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Primeiras áreas com soja são colhidas, mas chuvas preocupam

Produtores de Mato Grosso já iniciaram a colheita da safra de soja 2017/2018. Por enquanto, a produtividade está dentro da média, mas chuvas ainda podem trazer graves prejuízos

Pedro Silvestre, de Tapurah (MT)
Em Mato Grosso o clima ainda não é o ideal para a colheita da soja, já que as chuvas teimam em cair. Mas, após algumas tentativas frustradas, os primeiros talhões começam a ser colhidos. Ao que tudo indica a produtividade será muito boa.

Após algumas tentativas frustradas pelas chuvas, finalmente o pessoal da fazenda Dona Augusta, no município de Tapurah (MT), conseguiu dar início à colheita de soja. Os trabalhos começaram no final de semana e o pessoal trabalhou pesado para recuperar o tempo perdido.

“Se tivesse dado um sol firme, já teria começado a colher antes, mas como choveu direto, está difícil acelerar o ritmo da colheita ou fazer a aplicação de agroquímicos nas variedades mais tardias. Agora é aproveitar os períodos de tempo firme para ir colhendo”, conta o sojicultor, Gladistone Dallan.

Apesar do atraso na colheita, a qualidade dos grãos parece muito boa e a confirmação vai aparecendo a cada talhão colhido. “O rendimento está indo bem, com umidade de 19% e uma média de uns 50 sacos por hectare”, afirma o operador de máquinas da propriedade, Valmi Antônio Bogo.

De outra máquina o resultado é bem parecido. “O rendimento está bom sim, aqui deu só 15% de umidade, para esta época está dentro de um padrão esperado. O clima está ajudando, hoje vai dar um dia bom para nós colhermos, a nossa expectativa é de boa produtividade”, garante o outro operador Mairon Antônio.

A colheita nesta época é uma novidade na fazenda. Normalmente, as máquinas só iam para o campo a partir da metade de janeiro. A mudança é resultado de um novo planejamento na hora de escolher as sementes.

“A semeadura dessa área foi iniciada no dia 16 de setembro. Entramos com uma variedade mais precoce, pensando justamente em tentar fazer uma safrinha depois. E vai dar certo,  entraremos com uma safrinha de arroz, já que o milho não está viável”, conta Dallan.

Claro, que nem toda a área foi cultivada com a mesma variedade e boa parte ainda é de materiais de ciclos médio e tardio. Com isso, a colheita ainda vai avançar até fevereiro e a previsão segue com chuvas intensas na região.

Veja a previsão do tempo:
Chuvas irão atrapalhar colheita da soja em Mato Grosso

“Com certeza, esse ano estamos acompanhando bem a previsão do tempo e tudo está indicando que não vai ser muito fácil, não. A previsão é de muita chuva, o forte da colheita é a partir do final de janeiro, justamente onde as previsões de chuvas são maiores”, diz Dallan.

O produtor Paulo Cezar Galvan também está preocupado com o clima dos próximos dois meses. Apesar do desenvolvimento da lavoura estar dentro do esperado, ele sabe que a intensidade das chuvas fará diferença na produtividade.

“De dezembro a fevereiro são meses mais chuvosos e é onde realmente acontece a colheita. No ano passado tivemos problemas de perdas na colheita, o ano retrasado também. Alguns talhões chegamos perder até 30%. Então ficamos contentes com o desempenho das lavouras, mas bastante apreensivos com essas promessas de chuvas que podem nos roubar o produto na lavoura”, conta Galvan.

Segundo o ex-presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin, mais uma vez esta será uma safra de grande esperança para os produtores, já que as lavouras estão indo bem, e a perspectiva é de boa colheita.

“O preocupante é que como a safra se concentrou muito no plantio, também irá se concentrar na colheita. Teremos um período muito curto para colher tudo e, se a chuva continuar, poderemos ter sérios e graves problemas quanto a qualidade do produto. Isso sem falar nas estradas usadas para o escoamento da soja, com os tradicionais atoleiros, tudo isso é possibilidade”, diz Dalcin.

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