O azevém é a forrageira de inverno mais importante da atividade leiteira comercial. A primeira variedade com as características naturais potencializadas foi desenvolvida depois de cinco anos de pesquisas. Até então, os criadores só tinham a planta crioula, aquela que já existia na natureza.
? O material é muito interessante para os produtores do sul do Brasil. Há vários diferenciais em relação ao azevém crioulo: a variedade da Embrapa fica no ponto mais cedo, produz mais matéria seca, pode ser usada por mais tempo e fornece mais folhas. Além disso, rende até 7% mais do que o azevém comum ? disse o pesquisador Sérgio Rustichelli Teixeira, da Embrapa Gado de Leite.
O novo azevém deve receber o registro do Ministério da Agricultura ainda este ano e pode estar disponível para os criadores a partir do ano que vem. Entre os Estados produtores de leite da região Sul, o Paraná pode ser um dos grandes beneficiados com a variedade, já que produz 2,2 bilhões de litros de leite a cada ano.
Até 2006, o Paraná era o segundo maior produtor nacional e, atualmente, divide a segunda posição com o Rio Grande do Sul, pois os dois Estados têm praticamente o mesmo volume de leite. Mesmo que o preço não esteja animador, a qualidade tem que ser mantida para garantir a competitividade do setor.
Já que o gado leiteiro passa a maior parte do tempo comendo, os suplementos representam apenas um reforço na alimentação. Por isso, quanto mais rico for o pasto, melhor para a qualidade do leite. O produtor paranaense Valdemar Camillo, que visitou o Show Rural, em Cascavel, cria gado leiteiro há 10 anos. Para ele, uma pastagem de inverno melhor significa mais renda.
? O inverno é o período em que a pastagem faz mais diferença. Com uma variedade nova, o gado pode se alimentar melhor, o que é bom para a renda ? explicou Camillo.