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– Com a planta no estágio vegetativo e quando a lagarta está nos primeiros estágios, o controle é mais fácil, pois ela prefere as folhas superiores e mais novas. Com o período reprodutivo das plantas (estágio R1) as lagartas procuram as inflorescências e vagens, com difícil visibilidade, sendo o controle mais difícil nessa fase e após cerca de 20 dias elas entram em fase de pupa e ficam a 5 cm abaixo do solo – diz.
A pesquisadora explica que todo o ciclo da lagarta tem sido desenvolvido dentro do laboratório da instituição: ovo, lagarta, pupa e mariposa. O mapeamento da praga já foi feito e ela está presente em todo Cerrado e em alguns outros Estados. Lúcia destaca que o próximo passo é testar as diversas formas de controle.
– Além dos químicos, que já estamos divulgando, também desenvolvemos estudos com feromônios – substância química sexual para atração, produtos a base de vírus, e estudos de parasitismo por diferentes inimigos naturais, mas esses estudos ainda estão em andamento – salienta.
Lúcia diz que além destas primeiras informações, o que já se tem certeza é de que o monitoramento das lavouras é a principal ferramenta para evitar maiores danos com a praga.
– Estamos sempre frisando que o monitoramento é importante para definir quais são os tipos de lagarta presente na plantação, a quantidade delas e qual será a melhor forma de combatê-la – reitera a pesquisadora.
A pesquisadora explica que no caso da helicoverpa, além de sua localização na planta dificultar o combate, o fato de ela ser polífaga também influência no controle.
– Essa espécie é voraz e alimenta-se de diferentes culturas como milho, milheto, citrus, café, algodão, etc. Isso faz com que haja muita disponibilidade de alimento em diversos períodos do ano. Essa característica agrava a situação – destaca.
Esse aspecto em conjunto com outros e a alta incidência da lagarta no Mato Grosso fez com que recentemente o governo brasileiro decretasse emergência fitossanitária no estado em função dos ataques da lagarta. O decreto tem vigência de um ano e concederá às autoridades uma “maior flexibilidade” para adotar as medidas necessárias para o extermínio da Helicoverpa armigera, especialmente no que se trata de produtos químicos.
Ministério da Agricultura
O Ministério Público da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) têm acompanhado de perto os problemas causados pela Helicoverpa armigera no Estado. O representante do órgão, Wanderlei Dias Guerra, tem percorrido as lavouras do estado.
– Todas as áreas de soja que visitei tem Helicoverpa spp., em especial a armigera, em baixo ou alto grau de infestação. E o que devemos destacar é que o produtor precisa estar atento a todas as orientações para combatê-la – salienta.
Guerra relata que a ação é importante, além de orientar sobre os produtos que tem registro no Ministério da Agricultura.
– Essa orientação sobre esses produtos é importante, pois não se sabe a eficiência dele contra essa praga. Ele pode controlar uma parte da população, a mais suscetível, de 50% a 70%. Os 30% que sobram, são os que vão se tornar resistentes, eles serão selecionados – destaca.
Ainda há outra consequência de acordo com ele, o impacto aos inimigos naturais da lagarta, como os parasitas, por exemplo.
Entressafra
Um dos pontos apontados pelo representante do Mapa, para que a infestação com a helicoverpa já tenha sido detectada logo nos primeiros dias após o plantio é a entressafra. Soqueira de algodão mal destruídas, guaxas de milho e lavouras de milheto na entressafra são os principais motivadores da ocorrência precoce da lagarta.
– Em alguns lugares os agricultores estão tendo que realizar mais aplicações para o controle da praga. Estamos desenvolvendo um projeto piloto com um grupo de produtores de Sapezal/MT que poderá ser estendido para todo o estado. Primeiro eles fazem o monitoramento coordenado antes e após cada pulverização com apresentação dos resultados da eficiência dos produtos aplicados. O segundo passo será além do monitoramento, também o controle integrado por todos os produtores nesta micro-região com 100 mil ha de lavouras – relata Guerra.
Palestras
As rodadas de palestras do Fundação MT em Campo: É hora de cuidar 2013 estão sendo realizadas desde o dia 18 de novembro e seguem até o dia 6 de dezembro. Uma equipe técnica formada por três pesquisadoras da instituição e um da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita de Botucatu/SP passam por 18 cidades de MT e duas de Goiás para informar ao produtor rural sobre cuidados com a lavoura de soja plantada na safra 2013/2014.
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