? O problema não é a quantidade, mas a qualidade ? afirmou.
Segundo ele, cerca de 40% da produção brasileira do cereal geralmente é composta de trigo para a fabricação de pão, que exige um produto de melhor qualidade, mas, nesta safra, com o excesso de chuvas na fase final do cultivo, a qualidade do trigo no principal Estado produtor, o Paraná, caiu.
A única chance de a queda na produção desse tipo de trigo não ser tão grande, podendo chegar a 50%, está na expectativa de boa colheita no Rio Grande do Sul – que está no início. Com esse panorama, a necessidade de importação do trigo tipo pão aumenta, assim como ações para estimular o plantio no próximo ano.
Porto criticou, entretanto, a falta de transparência da indústria que compra trigo em relação ao volume de seus estoques.
? É crucial que avancemos na obrigatoriedade de uma declaração para quem tem estoques ? afirmou.
Segundo ele, também é importante um cadastro público dos produtores, para que o governo possa direcionar melhor as subvenções que concede.
Em relação à isenção de tributos incidentes sobre produtos utilizados na fabricação do pão francês, como o trigo e a farinha de trigo, o diretor da Conab disse que “infelizmente não trouxe fomento à triticultura nacional, porque não diferencia o trigo vindo do Exterior do que é produzido no país”.
Para propiciar este fomento, o Ministério da Agricultura (Mapa) levou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a proposta de aumento da Tarifa Externa Comum (TEC), de 10% para 35%, cobrada sobre o trigo importado de países situados fora do Mercosul. Segundo o secretário-executivo do Mapa, Gerardo Fontelles, os membros da Camex estão analisando os impactos que a medida pode ter em relação ao preço final do pão, que acaba interferindo na inflação.