A expansão só não é imediata porque as políticas voltadas para o setor, e a falta de infraestrutura logística, estão levando os produtores a fazer até o oitavo corte, em vez de renovar as lavouras.
Nos 220 mil hectares do Estado a taxa de açúcar recuperável, apresenta diferenças conforme a região. Mais sacarose na cana significa que será preciso menor volume para adquirir a mesma quantidade de álcool. Por ano, o Estado produz cerca de 1 milhão de litros, o que é suficiente para abastecer ainda o norte do país.
O diretor executivo do Sindalcool, Jorge dos Santos, garante que demanda equivale ao volume produzido.
– Vamos moer a mesma quantidade do ano passado, e vamos ter mais álcool. A demanda se equipara, tranquilamente, ao volume produzido – afirma.
O diretor presidente do Grupo Barralcool, João Nicolau Petroni, conta que as poucas chuvas no mês de janeiro, em Barra dos Bugres, no sudeste do Estado, prejudicaram a produção. Na cidade, a cana rendeu mais fibra do que açúcar.
O usineiro, que também é produtor, explica que o mercado está achatado pelas políticas públicas do governo federal, e só deve haver recuperação de preços pagos, em 2014.
– O governo não reajusta a gasolina há dois anos e ainda compra petróleo caro e vende barato. Para nós, produtores, só melhora depois das eleições. Hoje, os custos do hectare estão na faixa de R$ 68, e os preços na casa dos R$ 58 – explica.
A usina só é viável graças ao aproveitamento de subprodutos da cana como a produção de energia elétrica através do bagaço, e a venda de levedura como ração animal, e também de biodiesel. Mas o carro chefe segue sendo o álcool combustível.
O Mato Grosso tem o etanol mais barato do país, segundo o Sindalcool. Na bomba, o preço do litro é 65% da gasolina. Mas problemas de infraestrutura logística emperram o desenvolvimento do setor. O preço baixo, que seria uma vantagem competitiva, não é suficiente para cobrir os custos com o frete.
Contando apenas com o modal rodoviário, hoje, compensa enviar a produção de álcool e açúcar para os Estados do norte, um mercado pequeno se comparado ao centro do país.
O presidente do sindicato das usinas diz que potencial para a expansão da cana não falta, mas para se tornar realidade, antes é preciso que os modais hidroviários e ferroviários deslanchem de vez.
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