O evento em Piracicaba ocorre até esta quinta, dia 3. Entre os temas estão mercado, cenário internacional, pragas, doenças e desafios para ampliar a produtividade da soja no Brasil.
Mais de 80% da soja produzida no Brasil é transportada por caminhões. Eles percorrem distâncias superiores a dois mil quilômetros para levar o grão até os portos. Estradas em má conservação, frota antiga e combustível caro são alguns dos fatores que encarecem, e muito, o preço do frete agrícola. No Mato Grosso, supera os R$ 200 por tonelada, quase 25% do valor recebido pela mesma quantidade de soja. Para o secretário da Abiove, o custo alto da logística compromete a competitividade da soja brasileira no mercado mundial.
O coordenador técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (ANTC), Neuto Gonçalves dos Reis, diz que avanços foram feitos nos últimos anos. Além da ampliação e melhoria de rodovias, estão incluídos no PAC investimentos em hidrovias e ferrovias. Porém, segundo ele, ainda está longe do necessário.
Em um ponto todos os envolvidos na cadeia produtiva da soja concordam: a saída para resolver o problema da logística seria investir mais em hidrovias e ferrovias. Modelos de transporte com custo muito menor que o rodoviário.
Só que de acordo com o grupo de logística aqui da Esalq, ter um modelo equilibrado de transporte feito por embarcações, trens e caminhões no Brasil pode levar de 20 a 25 anos. Até que isso aconteça, nós vamos continuar a depender, cada vez mais, do transporte ferroviário para escoar a produção de soja brasileira. Essa dependência maior também vai significar frete cada vez mais caro.