A indústria brasileira de processamento de cacau deve registrar o terceiro ano seguido de queda na moagem de amêndoas. De acordo com levantamento da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), que representa 95% do parque processador da amêndoa no Brasil, a moagem no primeiro semestre de 2015 somou 105,987 mil toneladas, uma queda de 9% ante o mesmo período do ano passado.
Para todo o ano, a expectativa é de que o processamento diminua para 210 mil toneladas, o menor nível em mais de 10 anos. No ano passado, a moagem alcançou 224 mil toneladas.
Quanto às importações, o volume acumulado neste ano é de 11,018 mil toneladas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Isso equivale a aproximadamente 5% da moagem total esperada para o ano.
Segundo a AIPC, importações complementares não devem ser necessárias neste ano, porque a oferta de cacau nacional ficou concentrada num período de forte redução de atividade da indústria, o que dificultou a absorção e a armazenagem dessas quantidades. Mesmo assim, a oferta total ainda está abaixo da capacidade instalada de todo o parque processador, de aproximadamente 250 mil toneladas.
– As importações realizadas em 2015 se encerraram em abril e foram necessárias para satisfazer, além da insuficiência da oferta local que foi identificada na época de sua contratação (seis meses antes da sua chegada ao país) também a requisitos de qualidade – disse o secretário executivo da AIPC, Walter Tegani.