Procura por carne de búfalo cresce no Sul

Facilidade de manejo e desenvolvimento mais rápido para abate são incentivos para o criador que busca a atividadeA procura por carne de búfalo vem crescendo no Rio Grande do Sul e falta produto para abastecer os pontos de vendas. Devido a isso, o setor está incentivando o aumento dos rebanhos e trabalhando na busca de novos criadores.

Criador de búfalos, Felipe Marchesan trabalha na criação há nove anos. Junto com mais dois funcionários, ele prepara os animais desde o nascimento até a finalização e entrega por ano 200 animais para o abate. Para Marchesan a criação é apaixonante, porque os animais são dóceis e de fácil trato no campo.

? O manejo com búfalos é bem tranquilo e não cria grandes problemas. Eu não me vejo criando outra coisa ? conta.

A satisfação vem também da lucratividade. Os búfalos atingem peso para abate em 19 meses, um ano antes dos bovinos. No campo comem todo tipo de pasto por isso não precisam de ração.

Outra facilidade de manejo é a questão de controle de pragas.Por causa do hábito dos búfalos de entrarem na água acontece um controle natural de pragas como moscas e carrapatos.

São essas vantagens no campo, aliadas à organização da cadeia, que conseguem fidelizar o criador e o consumidor, ampliando o mercado. Os criadores do Rio Grande do Sul conseguiram se mobilizar e firmar parcerias com frigoríficos e supermercados. Assim, entregam carne para o varejo já embalada, garantindo que seja vendida como búfalo.

Segundo o presidente da Cooperativa Sulriograndense de Bubalinocultores (Cooperbúfalo), Júlio Ketzer, quem consome a carne não deixa de comprar novamente, isso porque possui menos calorias e menos gordura que a carne bovina, com sabor muito semelhante. Prova disso está no consumo que existe hoje no RS.

? Nós não estamos conseguindo atender sequer, é a hora e a vez do búfalo no estado ? informa o presidente da Cooperbúfalos, Júlio Ketzer.

Atualmente apenas seis supermercados contam com a carne de búfalo registrada. No total são 50 criadores organizados no setor bubalino. Para Ketzer haveria possibilidade de dobrar essa rede de vendas, mas para isso seria preciso também dobrar o número de criadores.