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Procura por tratores maiores durante a Agrishow mostra tentativa de otimizar mão de obra nas lavouras

Há três anos, esse tipo de máquina não era sequer contabilizada nas estatísticas das companhiasA falta de mão de obra qualificada para operar máquinas nas lavouras está elevando a procura por tratores gigantes, acima de 300 cavalos-vapor (cv) de potência, de acordo com as principais montadoras no país, presentes na Agrishow 2012. A feira terminou na última sexta, dia 4, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Há três anos, esse tipo de máquina não era sequer contabilizada nas estatísticas das companhias e hoje já chegam a 8% do total comercializado, segundo as empresas.

– A conta é simples: o grande produtor troca quatro tratores médios por um acima de 500 cv de potência, por exemplo. Ele consegue fazer mais em menos tempo, reduz o número de máquinas e ainda precisa treinar apenas um operador – disse Paulo Herrmman, diretor de vendas para a América Latina da John Deere. Na feira, o destaque da companhia foi a série 9R de tratores com até 560 cv de potência.

Para César Di Luca, diretor comercial da Case IH no Brasil, o maior gargalo de mão de obra qualificada para operar grandes máquinas agrícolas, principalmente os tratores mais potentes, está na região Centro-Oeste do Brasil, justamente onde a agricultura é mais extensiva e exige esse tipo de equipamento.

– Cada vez mais há uma defasagem (de operadores) e os grandes produtores, na hora de trocar quatro máquinas antigas, optam por apenas uma mais potente e eliminam esse problema – afirmou.

Segundo Di Luca, a falta de mão de obra para operar tratores é um problema crônico sentido também pela Case IH na operação de máquinas para a colheita de cana-de-açúcar. Por isso, até o final de 2013, a companhia espera inaugurar um centro de treinamentos anexo à unidade da Case IH em Sorocaba (SP).

André Carioba, vice-presidente sênior na América Latina do Grupo AGCO, atribui a ausência de mão de obra qualificada para a operação de grandes máquinas aos problemas educacionais do país.

– Falta ensino e o preparo para o operador começa antes do campo; hoje ele não é mais um simples motorista de máquinas, já que os produtos estão cada vez mais com tecnologias de ponta embarcada – avaliou.

Já para Paulo Beraldi, diretor comercial da Valtra, o grande problema de trocar várias máquinas menores por uma mais potente é o risco que o agricultor tem caso ela quebre.

– Se forem quatro e uma quebrar, as possíveis perdas são menores; mas se uma máquina grande quebrar é necessária uma grande operação para recolocá-la o mais rápido possível, o que caberá à assistência técnica. Um fracasso nessa operação acaba com uma próxima venda de qualquer produto companhia -concluiu o executivo.

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