O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou nessa quarta, dia 10, a determinação da presidente Dilma Rousseff sobre as mudanças necessárias na Conab, um dos principais focos de irregularidades no Ministério da Agricultura.
A escolha de Piscitelli foi acertada entre Dilma Rousseff, Wagner Rossi, e o ministro da AGU, Luís Inácio Adams. Professor de pós-graduação em Direito e especialista em Processo Civil, Piscitelli é mestre em Direito Constitucional. O ato de nomeação do novo procurador foi assinado nesta quinta, dia 11, pelo presidente da Conab, Evangevaldo Moreira dos Santos.
O cargo de procurador é considerado um dos mais estratégicos dentro da Conab porque a empresa tem contenciosos de mais de décadas – de um período em que era, ainda, a Companhia Brasileira de Alimentação (Cobal) e distribuía alimentos pelo interior do país em grande caminhões. Dessa época a Conab herdou ações trabalhistas e indenizatórias.
Caberá ainda ao novo procurador-geral da Conab comandar o processo de tentativa de anular o pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa de silos de Goiás. A autorização da transferência de um dinheiro destinado exclusivamente à compra de alimentos, há três semanas, foi dada pelo então diretor financeiro da estatal, Oscar Jucá Neto – que foi demitido logo depois pelo ministro Wagner Rossi.
Em represália pela demissão determinada pelo ministro da Agricultura, Jucá Neto, que é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acusou Rossi de envolvimento em casos de corrupção dentro do ministério. A acusação desencadeou uma crise no PMDB, que levou o ministro a fazer dois depoimentos no Congresso – um na semana passada na Câmara, e outro no Senado, nessa quarta. Ele negou as acusações, fez outras a Jucá Neto e afirmou que este apenas tentou politizar o episódio e irá vingar-se por ter perdido o cargo.