A expectativa da FAO é de que o Brasil eleve sua produção em 40% até 2019, enquanto China, Índia e Rússia deverão expandir as safras em 20%. Se concretizados, esses aumentos resultarão em produção agrícola global 1,8% maior. Konuma disse que, para atingir o objetivo, os investimentos agrícolas na região da Ásia e do Pacífico precisariam somar US$ 120 bilhões por ano, nos próximos 40 anos. Em escala global, os investimentos devem totalizar US$ 200 bilhões por ano.
No entanto, Konuma observou que, atualmente, os investimentos são feitos em ritmo mais lento do que o necessário: em média US$ 80 bilhões por ano nos últimos três anos, na região da Ásia e do Pacífico. De acordo com ele, o declínio do investimento rural somado a outros desafios, como as mudanças climáticas, tem reduzido o crescimento da produção de alimentos na região.
O crescimento médio anual da produção de arroz, por exemplo, foi de apenas 0,8% no período de 1997 a 2007, segundo Konuma, lembrando que essa porcentagem chegou a 2,7% durante a revolução verde dos anos 1960. A autoridade explicou ainda que no caso do trigo, o crescimento médio na região foi de apenas 0,2% por ano no período.
A FAO avalia que um objetivo de médio prazo para a região seria o de que a produção aumentasse 40% até 2030. Isso ocorreria com a elevação anual de 1,8% na produtividade de arroz e trigo. A organização entende que a meta para 2050 pode se concretizar se houver investimento suficiente.
Para ajudar a impulsionar os investimentos em agricultura, a FAO organizou um fórum sobre segurança alimentar no Banco de Desenvolvimento da Ásia e Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola.
? Os políticos precisam reconhecer a importância da segurança alimentar. Precisam criar novos planos nacionais de investimento e destinar recursos suficientes à agricultura ? afirmou Konuma.
Cerca de dois terços da população de pessoas que passam fome no mundo (um bilhão) estão na região da Ásia e do Pacífico.