As estimativas da safra de milho do país estão sendo acompanhadas por todo o mundo, já que a Argentina é o segundo maior exportador do grão, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo Pranteda, devido à seca, os agricultores plantaram algumas variedades de milho mais tarde do que o normal neste ano e obtiveram safras acima da média. A produção já extrapola a principal região produtora de milho, compensando as quedas de produção de outros lugares. A Argentina produziu 21,6 milhões de toneladas de milho no ano passado.
Na semana passada, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que os prejuízos da seca foram de 500 mil toneladas a mais do que o esperado e que a produção deve atingir 20,8 milhões de toneladas.
– Alguns analistas projetam até mesmo menos de 19 milhões de toneladas, mas tais projeções são pessimistas demais – disse Pranteda.
Chuvas recentes beneficiaram as áreas de milho plantadas mais tarde, em um momento crítico do desenvolvimento da planta, o que melhorou as previsões de produção, acrescentou.
A produção poderia ter sido maior não fosse o fenômeno climático La Niña, que causou um longo período de seca. Mas a estiagem prejudicou mais a soja do que o milho e a produção da oleaginosa caiu de 49,7 milhões de toneladas em 2011 para 46 milhões a 46,5 milhões, disse o executivo, informando também que as exportações devem cair 29%, para 7,5 milhões de toneladas.
Apesar dos problemas climáticos, a Argentina já vendeu cerca de cinco milhões de toneladas de soja e sete milhões de toneladas de milho da nova safra antes da colheita de 2012, que vai ganhar ritmo no mês que vem. Pelo menos 4,5 milhões de toneladas de soja da nova safra foram vendidas somente para China, afirmou Pranteda.
A maioria dos embarques de soja ocorrerá de abril a junho, enquanto os de milho, de março a maio, com um pequeno volume para embarque em junho. As vendas foram feitas num amplo intervalo de preços, mas, no fim da semana passada, milho e soja da nova safra para embarque em junho foram oferecidos com prêmio de US$ 0,38 e US$ 0,65 no preço FOB, respectivamente, em relação ao contrato de julho da Bolsa de Chicago (CBOT).
Inicialmente, o governo concedeu permissão para a exportação de 7,5 milhões de toneladas de milho. No entanto, se for permitido, os exportadores tentarão embarcar outras três milhões de toneladas, disse Pranteda. As informações são da Dow Jones.