Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou levantamento próprio, apontando que a queda de produção de defensivos, no mesmo período, foi de 15%. Essa redução abrupta chamou a atenção do corpo técnico do Ministério da Agricultura, que chegou a cogitar a possibilidade de diminuição do uso de defensivos, em função do aumento do plantio de produtos transgênicos, que requerem quantidade menor de substâncias químicas, por já contê-las, muitas vezes, em sua estrutura genética.
? Não sei de onde o IBGE tirou esse número. Até porque o nosso resultado final só será conhecido em março, quando as empresas do setor apresentarem seus balanços finais ? comentou o diretor da Andef, Peter Ahlgrimm, que participará da Câmara Setorial.
A leve queda do faturamento de defensivos de um ano para o outro, de acordo com Ahlgrimm, está relacionada a dois fatores. O primeiro, é que o levantamento foi feito em reais e houve uma queda de preço dos produtos, em função da desvalorização do dólar ante a moeda brasileira, no ano passado.
O segundo está relacionado com o histórico de algumas culturas, que não obtiveram desempenho tão positivo em 2009. Um exemplo é a cana-de-açúcar, que postergou para 2010 a colheita de parte significativa da safra do ano. Outro exemplo citado pelo diretor da Andef é o algodão, que registrou redução de área plantada em 2009, ante 2008.
Segundo a Andef, a principal queda na produção de defensivos foi de herbicidas, passando de R$ 5,591 bilhões, em 2008, para R$ 5,031 bilhões, no ano passado (-10%). Também registraram baixas as atividades de acaricidas (R$ 208 milhões para R$ 191 milhões, menos 8%) e inseticidas (R$ 3,782 bilhões para R$ 3,664 bilhões, menos 3%).
Já os fungicidas registraram alta de 13%, com produção de R$ 3,09 bilhões, em 2008 e R$ 3,484 bilhões em 2009, em função do aumento do plantio de soja no País. Os defensivos agrupados em “outros” apresentaram crescimento de 35% no mesmo período, passando de R$ 379 milhões para R$ 510 milhões.