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Produção brasileira de milho subiu 137,7% em 10 anos

Publicação do IBGE divulgou dados sobre a produção agrícola do paísSegundo informações do Atlas do Espaço Rural Brasileiro, livro que o IBGE acaba de lançar e que reúne dados do Censo Agropecuário 2006 e das pesquisas populacionais, sociais, econômicas e ambientais do Instituto, a produção nacional de milho passou de 21,4 milhões de toneladas, em 1990, para 50,8 milhões de toneladas, em 2009.

Segundo as pesquisas, o aumento de 137,7% se deu mais em razão de ganhos de produtividade da cultura do que propriamente a acréscimos da área plantada. No Centro-Oeste do país, a produção do grão quadruplicou entre os anos de 1999 e 2009. O crescimento total na região foi de 402,7%, em razão da disponibilidade de terra e da utilização de insumos modernos conjugados à mecanização em todo o ciclo da lavoura, sobressaindo principalmente o Estado de Goiás que, no entanto, ao longo do período, viria a ceder sua posição para os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A região também destacou-se pelo aumento da produção de algodão. Entre 1990 e 2009, o Centro-Oeste teve um crescimento de 10,7% para 61,7% na participação dessa cultura, em razão do desenvolvimento de sementes especialmente adaptadas ao solo do cerrado. Nesse período, o deslocamento da produção das regiões Sul e Sudeste para o Centro-Oeste também foi favorecido pelo baixo valor da terra e pela topografia plana, que favorece a mecanização de todo o ciclo da cultura.

No Sul, os destaques ficaram com as produções de arroz e fumo. Os números fornecidos pelo Atlas apontam que a produção nacional de arroz evoluiu de 7,4 milhões de toneladas, em 1990, para 12,7 milhões de toneladas, em 2009. O crescimento se deu, sobretudo, devido à região (responsável por 2/3 da produção nacional) onde, além da tradição regional no cultivo da lavoura, houve melhorias de caráter tecnológico na produção e ainda ao avanço da área plantada. A melhoria no manejo da cultura e a adoção de variedades com rendimento superior, aliada à expansão da área plantada (58,4%) elevou a produção no Rio Grande do Sul de 3,2 milhões de toneladas em 1990 para 8,0 milhões de toneladas, em 2009. Em Santa Catarina, a produção de arroz evoluiu de 567,7 mil toneladas em 1990 para 1,0 milhão de toneladas, em 2009. O Estado do Paraná, no entanto, apresentou significativo declínio da produção que passou de 253,5 mil toneladas em 1990 para 167,4 mil toneladas em 2009, sobretudo em decorrência da redução da área plantada (-71,3%).

De acordo com a publicação, o incremento de 61,2% da área plantada da cultura de fumo no Sul do país na década de 1990 contribuiu para a expansão da produção nacional, que evoluiu de 445,5 mil toneladas em 1990, para 863,1 mil toneladas em 2009. A exploração do fumo constitui uma das práticas mais antigas na região e atualmente faz parte do cenário agrícola de pelo menos 814 dos seus 1.188 municípios, que abrigam ainda os mais importantes segmentos que compõem a cadeia produtiva do setor. A produção regional evoluiu de 397,3 mil toneladas em 1990, para 843,2 mil toneladas em 2009.

A produção regional de fumo do Nordeste, entretanto, declinou de 45,1 mil toneladas em 1990, para 19,3 mil toneladas em 2009, tornando-se apenas residual no cenário nacional, sobressaindo neste caso as perdas ocorridas em Alagoas (-64,4%). A produção baiana também diminuiu de 10,6 mil toneladas em 1990, para 4,6 mil toneladas em 2009, o que aconteceu devido à expressiva redução da área plantada no Estado (-71,2%). Já a exploração de fumo em Sergipe, terceiro maior produtor do Nordeste, evoluiu de 1,7 mil toneladas em 1990, para 2,3 mil toneladas, em 2009, elevando assim a sua participação na produção regional de 3,7% para 11,9% no período.

Ainda no Nordeste, a produção de mandioca sofreu um declínio de um terço entre 1999 e 2009 (acompanhado de perda de 27,6% na área plantada), onde somente Rio Grande do Norte e Alagoas registraram expansões da produção (66,4% e 46,7%).O resultado da região contribuiu para manter a produção nacional da cultura praticamente estagnada nesse período, passando de 24,3 milhões de toneladas para 24,4 milhões de toneladas.

A região Norte se destacou pela expansão da cultura em todos os seus estados, que resultou em um acréscimo de 64% na produção regional, distinguindo-se, neste contexto, o Estado do Pará, atualmente o maior produtor de mandioca do país, cuja evolução da produção (57,1%) no período pode-se atribuir mais à introdução de melhorias no manejo da cultura. A produção de mandioca na região Sul, por sua vez, apresentou uma evolução bem modesta (7,9%), devido principalmente ao significativo declínio da atividade no Rio Grande do Sul e, sobretudo, em Santa Catarina. Neste contexto, o estado do Paraná consolidou sua posição no cenário sulista, produzindo quase 2/3 da produção regional.

Os dados do IBGE confirmam também uma queda na participação dos Estados de São Paulo e Paraná na cafeicultura entre os anos de 1990 e 2009. No período analisado, a produção nacional de café declinou de 2,9 milhões de toneladas, em 1990, para 2,4 milhões em 2009, em decorrência da expressiva retração da área plantada ocorrida justamente nas principais áreas de produção (Sul e Sudeste), mas também no Centro-Oeste. O retrocesso da área plantada no Sudeste resultou em um atenuado declínio da produção regional, de 2,2 milhões de toneladas em 1990, para 2,0 milhões, em 2009, graças ao desempenho dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, cujas produções evoluíram 14,8% e 42,03% respectivamente. Já a produção cafeeira de São Paulo, que por décadas foi o cenário da cafeicultura nacional, apresentou um declínio da ordem de 69,5% e a sua participação relativa na produção regional encolheu de 30,3%, em 1990, para apenas 9,7% em 2009. No Paraná, a produção retraiu de 313,8 mil toneladas, em 1990, para 89,2 mil toneladas em 2009.

A produção nacional de feijão, por sua vez, cresceu 56%, passando de 2,2 milhões de toneladas em 1990 para 3,5 milhões de toneladas em 2009, em razão de ganhos de produtividade da cultura, já que houve expressiva contração da área plantada. Na região Sul, a produção de feijão teve uma expansão de 55,8% graças, sobretudo, aos ganhos de produtividade e à estabilidade da área plantada da cultura no estado do Paraná, cuja produção evoluiu de 279,0 mil toneladas em 1990 para 787,2 mil toneladas em 2009.

Já a produção de feijão na região Sudeste sofreu redução da sua área plantada, a maior dentre as regiões produtoras (-40,4%), no entanto, os incrementos da produção, muito expressivos em Minas Gerais, resultaram numa expansão regional da ordem de 41,9%. A produção mineira mais que dobrou no período, passando de 293,5 mil toneladas para 602,3 mil toneladas.

No Nordeste, onde o cultivo do feijão constitui uma das práticas agrícolas mais arraigadas, sua importância pode ser avaliada quer pelo tamanho da área plantada – a maior dentre todas as regiões que, aliás, apresentou uma pequena retração (-6,2%) no período -, quer pela evolução da produção que passou de 580,0 mil toneladas em 1990, para 844,5 mil toneladas em 2009. O maior produtor nordestino de feijão continua sendo a Bahia, contribuindo, em média, com 40% da produção regional.

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