Ao todo, a produção anual de café no Estado paulista fechou em mais de 4 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado, número 4,28% superior ao que havia sido previsto no mês de agosto de 2013, de acordo com o estudo.
– Chegamos próximo das 25 sacas por hectare, quando, no levantamento de agosto, elas estavam em 24,3. Ou seja, ganhou-se 0.7 sacas por hectare, e deu esse 4% a mais na área total do Estado, o que é bastante satisfatório. Nós tivemos um regime de chuvas muito bom, teve um residual de adubos muito bom, adubos que foram aplicados na época em que o preço estava excelente – afirma Celso Luis Rodrigues Vegro, pesquisador do IEA.
Os números do estudo também mostram que a área ocupada com café no estado paulista somam mais de 179 mil hectares, sendo que pelo menos 162 mil em produção e os outros 17 mil hectares em formação. Os dados foram obtidos através da aplicação de um formulário em cerca de 600 propriedades nas principais regiões do Estado de São Paulo.
– A cafeicultura se caracteriza por ciclos, então você tem ciclos de baixa e ciclos de alta. Isso já está na variação bienal da cultura. Entretanto, nos tivemos em São Paulo, uma concentração da cultura em áreas mais especializadas. A cafeicultura empresarial está cada vez mais prevalecendo no conjunto dos perfis dos produtores do Estado. Em razão disso, a produção cresce mesmo em período de crise – diz Vegro.
Na propriedade da família Marchi, em Serra Negra, interior do Estado, a produtividade gira em torno de 45 sacas por hectare, bem acima da média estadual que é de 24 sacas. A família produz café ha mais de 100 anos, mas o manejo está sempre passando por mudanças e inovações.
– Muitos produtores que não são tão eficientes estão saindo do negocio. E os que são cafeicultores de verdade estão fazendo investimentos nas suas propriedades, substituindo lavoura, melhorando o trato cultural. E, apesar de a área estar encolhendo, a produção tem apresentado constantes aumentos – afirma o produtor Márcio Anghinoni Marchi.
A estratégia usada pela família Marchi é a mesma de muitos outros produtores: mesmo com altos custos de produção e com prejuízos que passam dos R$ 40 mil, eles mantiveram o trato com a lavoura à espera de um melhor momento do setor.
– O custo nosso gira na casa dos R$ 320 para esse ano de safra baixa. Ano que vem, apesar do aumento dos insumos, já tem um custo projeto na casa dos R$ 325. Em questão de prejuízo, mesmo que tudo corra bem, a gente vai fechar com um prejuízo de R$ 40 mil neste ano – afirma Marchi.
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