? A desaceleração atingiu as indústrias. Em vez da construção de novas usinas, houve a compra de unidades em dificuldade. Usinas mudaram de mãos, mas não houve o plantio de novas canas. Temos que fazer a indústria voltar a crescer ? disse o presidente da Unica, em audiência pública na Câmara.
Segundo Jank, existe um déficit de 150 novas usinas até 2020, o que demandaria o investimento de R$ 80 bilhões. No entanto, essas novas usinas não aparecem por causa do aumento do custo de produção da cana, que hoje é de R$ 54 a tonelada no Estado de São Paulo, contra R$ 39 em 2005. Ele também criticou a baixa competitividade do preço do álcool em relação ao valor da gasolina.
? Quando o preço ultrapassa 70% do preço da gasolina, o consumidor rapidamente migra para a gasolina. O preço da gasolina é o nosso teto. Mas, aqui no Brasil, a gasolina não varia de preço. Dá a impressão que o problema está no etanol, mas a gasolina não varia conforme os preços internacionais do petróleo ? afirma.
O diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Allan Kardec Duailibe reconheceu a disparidade entre a demanda por etanol e a produção de cana no país. Os canaviais, disse, não acompanham o crescimento da indústria automobilística. Ele ressaltou, no entanto, que quem decide a demanda no Brasil é o consumidor e que os postos são livres para vender os combustíveis que bem entenderem.
A audiência sobre a regulação do etanol foi promovida pela Comissão de Minas e Energia. O evento ocorreu na Câmara dos Deputados nesta quarta, dia 25.