Segundo ele, a demanda do setor de biocombustíveis por óleos vegetais é grande.
? Uma única usina na região Sul fomentou quase que 1/3 da produção de canola dessa safra ? diz Bertone.
O PNPB foi criado em 2003 e tem como objetivo implementar, de forma sustentável, na perspectiva técnica e econômica, a produção e uso do biodiesel do país. A inclusão social e o desenvolvimento regional são prioridade, com geração de emprego e renda aos agricultores. Com o programa, a disponibilidade da canola cresceu no mercado, o que consolidou a planta como matéria-prima alternativa para produção de biocombustíveis.
Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Agroenergia, pesquisadores trabalham com diversas oleaginosas, entre elas a canola. São análises que buscam o desenvolvimento de plantas com maior acúmulo de energia por hectare, o que garante mais rendimento para produção de óleo.
Outra importante ação de fomento à cadeia é o estudo de Zoneamento de Risco Climático da Canola. O levantamento indica os melhores períodos e as regiões mais aptas para o plantio, prevenindo perdas por eventos climáticos. As instituições financeiras e o programa de subvenção ao seguro rural usam o estudo como base para concessão de crédito.
O zoneamento aponta, ainda, que o clima ideal para o cultivo da canola é semelhante ao exigido pelo trigo (desenvolve-se bem em baixas temperaturas). A canola não tolera geadas expressivas logo após a germinação e na floração. Nesta safra, o clima tem sido bastante favorável ao desenvolvimento da cultura. Isso pode garantir uma produtividade bastante alta da oleaginosa, principalmente no sul do país, onde pode chegar a 1,52 t / ha.
As pesquisas e o cultivo de canola iniciaram, em 1974, no Rio Grande do Sul, e nos anos 80, no Paraná. Hoje, o grão é produzido em toda a região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, e em Mato Grosso do Sul.
Números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que na safra 2009/2010, Mato Grosso do Sul produziu 2,2 mil toneladas do grão, no Paraná 7,8 mil toneladas e no Rio Grande do Sul 32,2 mil. Para a atual safra, a expectativa de produção é de 4,1 mil toneladas em Mato Grosso do Sul, 19,8 mil toneladas no Paraná, 0,5 mil toneladas em Santa Catarina e 45,3 mil toneladas no Rio Grande do Sul.