O período de inverno catarinense é essencial para região produtora de uvas cultivadas em áreas de altitude superior a 850m, já que as baixas temperaturas auxiliam com uma maturação prolongada. Essa fator característico trouxe para a região produtora de vinho de altitude o reconhecimento de registro como Indicação Geográfica “Santa Catarina”, que poderá ser utilizada para indicar a procedência de vinhos finos, nobres, licorosos, além de espumante natural, vinho moscatel espumante e brandy produzidos na região.
O registro da Indicação de Procedência foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e publicado na edição 2634 da Revista oficial do órgão.
As características da região serrana de Santa Catarina como altitude e as temperaturas amenas é o que permite uma adaptação adequada das videiras da espécie Vitis vinífera, produzindo bebidas de alta qualidade enóloga com acidez equilibrada e boa estrutura tânica.
“Esse reconhecimento é fruto da dedicação dos produtores e técnicos envolvidos e um atestado de que os vinhos de altitude de Santa Catarina apresentam características únicas. Além disso, é uma ferramenta para agregar valor, oportunizar negócios, gerar empregos e estimular atividades de turismo e gastronomia no estado”, destacou a coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Mapa, Débora Gomide Santiago.
Produzindo somente uma safra por ano, as uvas são colhidas entre o final do verão e início do outono, pois são de ciclo mais longo e com colheita tardia, o que permite maior concentração de açúcares. Além disso, a lenta maturação da uva em regiões de altitude da serra catarinense é o fator chave que permite a produção de diversos tipos de produtos, desde vinhos mais secos a bebidas mais açucaradas, como licores e o famoso moscatel. “Ao maturar mais lentamente sob temperaturas amenas, o ciclo da uva valoriza aromas e materiais corantes, formatando vinhos com identidade própria. Os vinhos da região também são longevos e podem amadurecer mais tempo depois de prontos. É essa especificidade local que permite uma gama tão diversa de produtos”, explica o pesquisador de Indicações Geográficas da Embrapa Uva e Vinho Jorge Tonietto.