Os dados fazem parte da Pesquisa Agrícola Municipal ? Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, divulgada nesta sexta, dia 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, tiveram bom desempenho o milho ? com um aumento de 13,1% sobre a safra anterior, totalizando 58,9 milhões de toneladas ? e a soja, cuja produção somou 59,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 2,4% sobre o ano passado.
O valor da produção alcançou R$ 148,4 bilhões, registrando um acréscimo de 27,3% em relação a 2007. Esse resultado representa uma elevação de R$ 31,9 bilhões de reais, explicada principalmente pelo aumento dos preços da soja ? que respondeu por 26,1% do valor da produção agrícola brasileira ?, do milho, do feijão e do arroz, além da maior produção de cana-de-açúcar, que teve aumento de 17,4% (apesar de ter contribuído com apenas 8,2% no valor da produção), de café e de trigo.
O levantamento também mostra um crescimento de 4,8% na área plantada, com a incorporação de quase 3 milhões de hectares, somando 65.338.804 milhões de hectares. Somente a soja teve um aumento de cerca de 500 mil hectares no período, e o milho, de 736 mil hectares.
“O crescimento do milho nos últimos dois anos deve-se ao aumento da demanda pelo produto no mercado internacional, já que os Estados Unidos, maior produtor e exportador mundial do grão, destinaram boa parte de sua produção para fabricação de etanol, o que, consequentemente, elevou o preço do milho no mercado, e acabou gerando a crise mundial de alimentos” destaca o documento.
Já no cenário nacional, como o álcool é produzido a partir da cana-de-açúcar, os investimentos feitos nos últimos cinco anos para abastecer os mercados nacional e internacional com etanol acabaram favorecendo a produção da cana-de-açúcar , que teve expansão em 2008 de 15,9%, com a incorporação de 1,1 milhão de hectares.
O levantamento ressalta, no entanto, que apesar do crescimento verificado, a área total plantada ainda é inferior às referentes aos anos de 2004 e 2005, o que, segundo o IBGE, ratifica os ganhos de produtividade influenciados pelo clima e pela maior utilização de insumos e tecnologia.