Produção mais barata não deve afetar preço pago por agricultores brasileiros pelo glifosato em 2013

Principal concorrente da indústria nacional, China vai perder competitividade por causa dos custosA produção de glifosato no Brasil deve ficar mais barata para a indústria em 2013. A China, principal concorrente, deve perder em competitividade por causa dos custos. Ainda assim, o preço do herbicida mais usado pelos agricultores brasileiros não deve cair.

Entre 2008 e 2011 a maior preocupação das indústrias brasileiras estava em encontrar alternativas para concorrer com a matéria prima chinesa do glifosato. O produto chegava ao Brasil a preços muito baixos e foi preciso estipular um valor mínimo, que ficava em torno de US$ 3,60 o quilo. Na época, a matéria prima brasileira tinha seus preços na faixa de US$ 12,00 o quilo. Por isso, de lá para cá muitas indústrias brasileiras saíram do mercado. A maior unidade produtora, da empresa Monsanto em Camaçari, na Bahia, também sentiu o impacto e precisou deixou de operar com toda a sua capacidade, passando a trabalhar apenas com 80%. A partir de então foi preciso encontrar alternativas para competir com os baixos preços.

Com as mudanças no modo de produção e também com os serviços oferecidos no Brasil o glifosato voltou a ter competitividade frente ao glifosato chinês. Além das adaptações, os aumentos dos custos de energia, dólar e impostos na China também beneficiaram a indústria nacional.

No início do ano, a matéria prima chinesa custava US$ 5,40 o quilo e hoje está custando US$ 12,00 por quilo um aumento de 45%. A nacional, que custava cerca de US$ 12,00, passou a custar US$ 8,00 por quilo.

Segundo o diretor da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos, Túlio Oliveira, essa queda nos preços não ocorreu de forma natural, somente pelas mudanças no modo de produção, e sim foi manipulada artificialmente por uma questão estratégica.

Mas mesmo com o produto nacional mais barato, o preço aos produtores deve continuar aumentando. Como a produção nacional é pequena, o importado prevalece. Então apesar do momento ser mais positivo para as indústrias do país, o ano de 2013 será de preços mais altos aos produtores rurais que utilizam o glifosato em suas lavouras.