Produção de milho na 2ª safra deve ser menor que a prevista, diz Cepea

Algumas das principais áreas produtoras estão sem chuvas há mais de um mês, o que vai afetar produtividade e resultar em colheita menor do que as 57 milhões de toneladas estimadas pelo governo 

Fonte: Sidnei José Celestino/Ivatuba (PR)

A produção de milho na segunda safra deve ser menos volumosa do que apontam as mais recentes projeções, afirmou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo os pesquisadores, a estiagem que atinge as principais áreas produtoras deve resultar em perda de produtividade em diferentes regiões, já que algumas regiões não registram chuvas há mais de um mês, ou recebem apenas chuvas pontuais. Nesse cenário, a estimativa de colheita de 57,1 milhões de toneladas, na última projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não deve se concretizar.

A perspectiva de quebra de safra já tem impacto nos preços verificados no mercado futuro e traz preocupações quanto ao abastecimento interno. “Caso as exportações continuem estimadas em cerca de 30 milhões de toneladas para a atual temporada, a disponibilidade interna será comprometida”, alerta o Cepea. Agravam esse cenário os baixos estoques de passagem e o grande volume já comprometido com as exportações no segundo semestre.

De acordo com o centro de estudos, produtores de algumas regiões, em especial no Cerrado, consideram dessecar parte das lavouras ou eliminar talhões de forma mecânica, antes da formação de grão, pois não há expectativa de produtividade que compense a colheita.