Produção de morangos semi-hidropônicos reduz em 80% aplicação de pesticidas no RS

Técnica já conhecida na região da Serra chega ao Vale do Caí, berço da produção da fruta no EstadoA técnica semi-hidropônica de produção de morangos avança no Vale do Caí, tradicional produtor da fruta no Rio Grande do Sul. Na região da Serra do Estado, o sistema já é conhecido há cerca de uma década. Também chamada de cultivo em substrato, a técnica ainda ocupa uma área pequena em relação ao total produzido, mas a tendência é que cada vez mais produtores migrem para este tipo de plantio.

? Tivemos esgotamento de áreas. E temos muitos terrenos alagáveis, que não são propícios ao cultivo ? explica o secretário municipal de Agricultura de Bom Princípio, Luiz André Steffen.

Os morangos não são cultivados na terra, mas dentro de sacolas com casca de arroz carbonizada e materiais orgânicos. Os nutrientes que a planta necessita são fornecidos sob controle através da água. As sacolas ficam em prateleiras, o que permite que os agricultores trabalhem em pé, facilitando o manejo. Outras vantagens da técnica são a redução do uso de agrotóxicos, em até 80%, e a eliminação de doenças radiculares, provenientes do solo.

? O pessoal acha que é caro. O custo inicial é até um pouco maior. Mas, com os anos, ele se dilui por eliminar a necessidade de rotação ? explica o engenheiro agrônomo Luciano Ilha, da Emater/Ascar de Nova Petrópolis.

Em Feliz, por incentivo do poder municipal, o número de produtores de morangos semi-hidropônicos deve saltar de sete para 56 no próximo ano. O secretário municipal de Agricultura e vice-prefeito da cidade, Albano José Kunrath, conta que Feliz foi pioneira no Vale do Caí no cultivo nessa modalidade, a partir de 2007.

? Nosso objetivo é, além de modernizar a produção, aumentar a produtividade. Sem falar na redução de agrotóxicos e em reduzir o desgaste físico do produtor ? aponta Kunrath.