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Produção nacional de grãos é recorde com 186,15 milhões de toneladas, segundo Conab

Soja aumentou 22,7% em comparação com mesmo período do ano passadoA safra nacional de grãos do período 2012/2013 chega, no décimo primeiro levantamento, ao recorde de produção de 186,15 milhões de toneladas. O aumento foi de 12,1% em relação ao mesmo período no ano anterior, quando chegou a 166,20 milhões de toneladas. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que atualizou os números nesta quinta, dia 8.

>> Confira o levantamento do IBGE
 
O aumento se deve, sobretudo, às culturas de soja e milho segunda safra, que apresentam crescimento nas áreas cultivadas de 10,7 e 17,6%, respectivamente. Quanto à produção, a soja teve aumento expressivo, com incremento de 22,7%, passando de 66,38 para 81,46 milhões de toneladas. Já o milho segunda safra teve um crescimento de 15,4% e produção estimada em 45,14 milhões de toneladas.

–  O Brasil nunca havia colhido isso. É praticamente igual a safra norte-americana e, portanto, um excelente resultado, que certamente permite que o país continue se posicionando de forma efetiva no mercado internacional e abasteça o nacional – afirmoi o diretor de Política Agrícola da Conab, Sílvio Porto.
 
O total da área cultivada chega a 53,27 milhões de hectares. O destaque é da cultura de soja, que ocupa o maior espaço com 27,72 milhões de hectares, 10,7% maior que o do último período. O milho segunda safra teve também bom desempenho, com 8,96 milhões de hectares e crescimento de 17,6%.
 
As informações para atualizar os dados de produção, área e comportamento climático foram obtidas no período de 22 a 26 de julho, com  os técnicos da Conab visitando as áreas de maior produção dos principais Estados da região Centro-Sul e Norte-Nordeste.

Geada no Paraná

Os técnicos da Conab irão a campo na próxima semana para avaliar os efeitos da geada nas lavouras de trigo do Paraná. Sílvio Porto disse que o levantamento não captou as possíveis perdas, porque a geada ocorreu justamente na semana em que os técnicos da empresa visitaram as regiões produtoras.

>> Diretor do Deral estima redução de 40% na produtividade de trigo devido à geada no Paraná

Porto observa que nas regiões norte e oeste do Paraná a intensidade da geada foi menor. Nessas áreas as lavouras estavam nas fases de floração e enchimento de grãos, que são mais sensíveis às geadas. Ele afirma que, no estágio atual, o frio contribui para o desenvolvimento das lavouras. A Conab manteve sua estimativa de safra para o trigo em 5,6 milhões de toneladas.

Produção recorde da safrinha de milho

A Conab elevou sua estimativa para a produção de milho segunda safra, semeado após a colheita da soja, para o recorde 45,1 milhões de toneladas. O volume da antiga safrinha dobrou nos últimos dois anos e superou em 10 milhões de toneladas o colhido na primeira safra (milho verão), que até o ano agrícola 2010/2011 era a principal. A Conab prevê que a safra total de milho deva atingir o recorde de 80,2 milhões de toneladas.

A expansão do milho de segunda safra se deve ao aumento do plantio em Mato Grosso, onde nos últimos dois anos, a produção passou de 7,2 milhões de toneladas para 19,2 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 164,8%. O aumento da oferta vem pressionando as cotações do milho no Estado, onde em algumas regiões o cereal é comercializado abaixo do preço mínimo de garantia de R$ 13,02 a saca.

Na avaliação do levantamento, a Conab destaca que as estimativas podem ainda sofrer alterações, especialmente em Mato Grosso, por causa da falta de armazéns e dos preços baixos atualmente cobrados.

– Esses fatores estão influenciando a comercialização do produto, que segue em ritmo lento, e que repercute em uma maior demora da colheita, visto que o produtor prefere deixar o produto no campo, mesmo tendo consciência das implicações que isto irá causar na sua rentabilidade – informa a Conab.

– Essa segunda safra nao é safrinha, passou a ser mais de 20% da primeira safra e mostra a dinâmica do setor e as políticas que estão sendo implementadas pelo governo – destacou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.

Para garantir pelo menos o preço mínimo de garantia para os produtores de Mato Grosso, o governo colocou em prática a política de sustentação de preços, por meio de mecanismos de subvenção, com leilões de contratos de opção e de equalização de preços. O secretário afirmou que o governo já cumpriu a meta de realização de leilões para 2 milhões de toneladas de contratos de opção, que vencem no final de novembro, assegurando aos arrematantes R$ 15,12 a saca no caso da entrega da venda do produto para recompor os estoque oficiais.

Segundo Geller, os estoques também serão recompostos por meio da compra de 1 milhão a 1,2 milhão de toneladas de milho via operações de Aquisições do Governo Federal (AGFs). Sílvio Porto afirmou que já foram compradas 35 mil toneladas em julho e serão adquiridas mais 120 mil toneladas em agosto, tanto em Mato Grosso como em Goiás e Mato Grosso do Sul. Porto afirmou que o governo pretende comprar milho também no Paraná, caso as cotações nas praças paranaenses caiam abaixo do preço mínimo de garantia, o que deve ocorrer nos próximos meses se for confirmada uma safra acima de 330 milhões de toneladas de milho nos Estados Unidos.

Projeção conservadora

O diretor da Conab afirmou que nos dados estatísticos relativos ao suprimento de milho a empresa está sendo conservadora, caso do consumo estimado em 52 milhões de toneladas. Ele explica que o dado deve ser revisto nos próximos meses, pois como a tendência é de queda nos preços o consumo deve aumentar. Em relação às exportações, Porto explica que a projeção de 15 milhões de toneladas também é conservadora, pois as vendas externas podem superar 18 milhões de toneladas. 
  
Inflação

Porto prevê uma menor pressão dos alimentos sobre os índices inflacionários nos próximos meses, a exemplo do que mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. Ele observou que a geada que ocorreu no Paraná não atingiu regiões produtoras de hortifrutigranjeiros.

– Não houve mudança em termos de preços nas centrais de abastecimento, o que dá para inferir que não há tendência de reversão da tendência de queda – disse.

Em relação ao feijão, que chegou a ser apontado como um dos vilões da inflação no primeiro semestre, Silvio Porto comenta que a safra de inverno está estimada em 733,1 mil toneladas, volume próximo de ciclos de produção normal, quando oscila entre 750 mil e 800 mil toneladas. Ele relata que o aumento da oferta de feijão de inverno se deve ao crescimento do plantio (+5,8%) e à produtividade (11,9%), principalmente na Bahia, onde a seca provocou forte queda na safra passada. No cômputo das três safras de feijão colhidas ao longo do ano agrícola, a Conab prevê produção de 2,83 milhões de toneladas, volume 3,1% abaixo do colhido na safra passada.

Neri Geller destacou o crescimento da produção de feijão irrigado, com uso de alta tecnologia, como Mato Grosso, onde a área cresceu 33%. Segundo ele, a expansão do plantio de feijão é uma resposta dos produtores aos estímulos do governo, que concedeu limite de crédito adicional de R$ 1 milhão para incentivar o plantio.

Sílvio Porto observou que o governo continua monitorando o mercado de arroz e realizará leilões dos estoques oficiais com base nos preços de intervenção de R$ 33,30 a saca de 50 quios do produto beneficiado. Ele afirmou que na próxima semana o Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) vai se reunir para definir a realização de um novo leilão.

Na terça, dia 6, a Conab realizou dois leilões de estoques oficiais de arroz depositados no Rio Grande do Sul, quando foram comercializadas 32.486 mil toneladas do cereal, que correspondem a 64,78% das 50.147 toneladas ofertadas.

– Vamos dar tranquilidade ao abastecimento, garantindo renda ao produtor sem permitir que o preço suba muito e tenha impacto inflacionário – disse ele.

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