Dos seis Estados produtores de tangerina, São Paulo é o principal e detém 38% da produção nacional. No pomar do produtor rural João Batista Fischer, localizado em Limeira (SP), são cultivadas as variedades poncã e cravo. Dos três mil pés, 98% é da primeira qualidade.
? Em termos comerciais a poncã tem muito mais valor do que a cravo porque ela infelizmente caiu fora de moda. Tem muito pouca produção de cravo e realmente o mercado aceita bem mais a poncã do que a cravo ? explica Fischer.
Este ano, o produtor vai conseguir fazer três colheitas e as frutas mais bonitas são as que rendem menos no bolso do produtor. Com a fartura atual da produção, comparada a escassez do início da safra, o preço caiu pela metade.
? Automaticamente a primeira florada se torna um pouco mais rentável em termos de preço. Se não vier um contra tempo a terceira florada também dá um pouco mais de valor ? explica o produtor.
Não existe um levantamento sobre o volume da produção brasileira, diz a pesquisadora Fernanda Geraldini, que faz estatística de preços no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no departamento da Universidade de São Paulo, que faz a pesquisa todo mês. Ela conversa diretamente com os produtores pra obter os dados. O que há, de acordo com ela, é uma estimativa de que eles colham menos este ano do que colheram no ano passado.
? Isso seria por causa da questão do greening, que é uma doença que tá muito disseminada na citricultura, e muita gente está erradicando os pés de poncã. Alem disso, no ano passado a produção foi alta e, geralmente quando um ano produz muito, no ano seguinte ela já produz um pouco menos ? explica a pesquisadora.