A área que tem soja plantada será destinada ao trigo, que hoje faz parte do processo de produção do município. O cereal dá melhores condições ao solo, para que este receba outras culturas. Este ano, as perspectivas são melhores e o Rio Grande do Sul deve aumentar em 10% a área plantada do cereal.
– Neste ano, temos uma expectativa de mercado mais promissor do que nos últimos anos. Por conta da questão técnica, o mercado está com pouca disponibilidade de trigo. Nós temos expectativa de que isso, pelo menos até a nossa próxima safra, continue, e que tenhamos oportunidade de vender por um preço um pouco melhor – diz o produtor rural Silvio Ohse.
O agricultor possui 580 hectares e, neste ano, usará mais da metade para o plantio do trigo.
– O trigo da última safra teve, por conta desses estoques menores, preços razoáveis. Acreditamos que isso continuará no ano que vem, o que, é claro, trará boas oportunidades, porque o trigo não vinha sendo uma cultura muito rentável – acrescenta.
Quando a demanda interna por trigo não é totalmente suprida com a produção brasileira, é necessário importar. O Brasil concorre com países como Emirados Árabes, Rússia, Espanha e África do Sul, que recebem subsídio de seus governos. O secretário de Agricultura de Cruz Alta, Airton Beck, afirma que os gastos com a importação de trigo poderiam ser aplicados no próprio país.
– Essa perda ocasionou um grande volume de importação de trigo, o que ocasionará um prejuízo de US$ 3 milhões ao governo em importação de trigo. Este gasto poderia ser investido no produtor, na cultura do trigo e, dessa forma, o Brasil produziria um trigo melhor e a maior produtividade ocasionaria menos gasto ao país – destacou.
Para o secretário, os incentivos por parte do governo são essenciais para manter o produtor motivado a investir na cultura.
– Principalmente por causa dessa boa safra de verão que temos. Desta forma, o produtor tem como se capitalizar melhor e investir mais na cultura de trigo. Nós esperamos que esse aumento de área venha junto com apoio do governo. No momento em que tivéssemos m seguro pró-agro, que realmente cobrisse todos os custos de produção, e tivéssemos um preço mínimo que fosse cumprido, poderíamos ter um plantio do trigo pensando na renda e não como sistema da propriedade – pontua o secretário.