Em uma propriedade em São Paulo que está começando a colher a fruta, a redução está avaliada em 30% em relação ao ciclo anterior. Enquanto foram colhidas 11 toneladas na safra passada, o produtor rural Luiz Antônio Martins vai colher apenas seis toneladas neste ano.
– Geralmente a água chega aqui no fim de agosto, setembro e outubro, e este ano só veio no dia 12 de outubro. Neste caso, a gente deixa de produzir, nos dizemos que a fruta está abortando, começa a cair dos cachos – diz Martins.
Nos nove hectares dedicados à produção de lichia, o produtor também enfrenta problema com pragas que estão danificando as folhas.
– O problema que nós temos por aqui é micro-ácaro. Então você tem que combater isso a cada 30 dias, conforme a época do ano. Mais chuva e menos pulverização. Esse acaro só aparece nas folhinhas pequenas e nas novas – explica o agricultor.
Porém, se a produtividade diminuiu, o preço pago ao produtor aumentou. O quilo que saía por R$ 4 em 2011, hoje está sendo vendido por R$ 8. No varejo, o quilo é comercializado por R$ 15 em média. Apesar de a produtividade ter caído, o produto não deve faltar no comércio.
– Existe uma perspectiva de maior área de produção, com novos produtores entrando nesse mercado, então a perspectiva para 2012 era de elevação no volume ofertado. Entretanto, o ácaro e os problemas climáticos que vêm prejudicando o volume ofertado devem fazer com que o setor apresente estabilidade na oferta, praticamente idêntico ao praticado e comercializado em 2011 – diz o economista Flávio Godas.
Em 2011, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo comercializou 2,5 mil toneladas de lichia, 70% das vendas ficaram concentradas em dezembro.