Um período de estiagem em novembro coincidiu com a fase de pendoamento (formação do pendão) do milho e afetou lavouras das Missões, prejudicando o potencial de rendimento, principalmente no caso das primeiras lavouras semeadas. No Planalto, entretanto, as produtividades observadas foram elevadas.
– Na região das Missões, a gente percebeu que havia várias lavouras com potencial um pouco afetado. Lavouras que tinham potencial de colher 130 sacas a 140 sacas por hectare, vão colher de 80 a 90 sacas por hectare, mas, mesmo assim, a gente viu muitas lavouras com 150 sacas, 160 sacas por hectare – explicou Alan Malinski, analista de mercado da Agroconsult.
No Planalto, as lavouras visitadas registraram produtividades de 120 sacas a 130 sacas por hectare a 180 sacas a 200 sacas por hectare.
– A gente percebe claramente que a média vai ser bem superior à região das Missões – disse o analista.
Várias microrregiões das Missões foram prejudicadas por clima desfavorável em uma etapa importante para a definição do potencial produtivo, entre outubro e novembro.
– Se a região tivesse uma ou duas chuvas no momento do pendoamento, que foi o momento crítico, eu acredito que não haveria essas produtividades tão baixas aonde encontramos, diferentemente do Planalto, onde a gente percebe que o clima foi mais constante, não teve essa falta de chuva, o que favoreceu as lavouras, permitindo que estivessem bem melhores – afirmou Malinski. Outros fatores, como menor investimento em tecnologia e relatos de problemas com solo na região também contribuíram para o resultado menor.
Em propriedade de Seberi, nas Missões, onde o milho verão é plantado em 800 hectares, faltou chuva em novembro, quando o grão estava enchendo, segundo o gerente do local, que pediu para não ser identificado. Ainda assim, o rendimento deve aumentar em relação ao ano passado, de 166 sacas por hectare para em torno de 180 sacas por hectare.
Em outra propriedade, em Miraguaí, a produtividade deve crescer ante os 160 sacas por hectare obtidos em 2013/2014, quando as lavouras foram danificadas pela estiagem e por granizo, mas a falta de umidade em cerca de 20 dias em 2014 prejudicou algumas áreas. Ainda assim, a expectativa é colher mais de 180 sacas por hectare, informou o produtor Leomar Cassol.
Já o produtor Delcio Baseggio, de Coxilha, no Planalto, projetou colheita de 200 sacas por hectare no milho nos 220 hectares que cultiva o cereal, ante 180 sacas por hectare há um ano. Segundo ele, o clima durante o desenvolvimento foi favorável, com chuva e umidade suficientes.
Malinski ponderou que alguns números observados nas lavouras gaúchas de milho superaram a expectativa da Agroconsult.
– A gente viu lavouras com potencial até um pouco acima do que vinha imaginando encontrar – disse.