Diagnóstico realizado pela Embrapa mostra que a produtividade dos plantios de seringueira em Goiás está acima da média nacional e pode chegar ao dobro da média mundial. Enquanto a produtividade média no mundo é de aproximadamente uma tonelada de borracha seca por hectare, a brasileira é de 1,26 t/ha, e no Estado de Goiás a média é de 1,53 t/ha.
Em fazendas com alto nível tecnológico no mesmo estado, acompanhadas pela pesquisa, a produtividade atinge de 2,0 a 2,5 t/ha. “Fatores como condições ambientais favoráveis, alto nível de tecnificação e gestão são responsáveis por esse sucesso”, afirma o pesquisador Ailton Vítor Pereira, da Embrapa Produtos e Mercado, responsável pelo diagnóstico. “O uso de clones, mudas de qualidade e técnicas de manejo adequadas são essenciais para estes resultados”, completa.
A heveicultura, como é conhecida a atividade, começou a ser desenvolvida em Goiás em 1975. Atualmente, o estado conta com cerca de 18 mil hectares cultivados com seringueira, em 68 municípios. Em 2013, a produção de mudas foi estimada em 1.970.000 unidades, representando um segmento importante na cadeia produtiva da borracha natural sob os aspectos técnico, econômico e social. “A maioria dos seringais implantados ainda se encontra em fase de crescimento e formação, o que significa que, continuando com práticas de manejo adequadas, o estado tem condições de cada vez mais despontar no cenário nacional”, completa Pereira.
Capacitação para o manejo é fundamental
A produção de látex de uma árvore depende do clone, das condições ambientais, do manejo adotado e também do nível de treinamento do operário que realiza a sangria. Por isso, com base no desenvolvimento e produção dos seringais já implantados, é possível afirmar que a maioria das regiões goianas possui condições favoráveis à expansão do cultivo da seringueira com alta produtividade.
Até a década de 1980, os plantios de seringueira no Brasil se concentravam em regiões com clima quente e úmido da Amazônia e do sul da Bahia. Entretanto, enfrentaram o problema de doenças foliares, principalmente o mal-das-folhas, levando a maioria dos seringais ao fracasso nessas regiões. A partir dessa época, a cultura se expandiu nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que possuem período seco definido, o que evita o mal-das-folhas.
Toda a borracha produzida no Brasil destina-se ao mercado interno, e a produção goiana é absorvida por usinas de beneficiamento localizadas nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Bahia.