– As lavouras estão muito boas, podemos considerar como certo que a safra é grande, está garantida – afirma ele.
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Demanda
Para Brandalizze, mesmo a com a safra recorde, os produtores não devem recuar, pois a demanda se mantém muito grande, principalmente da China.
– Os chineses estão comprando agressivamente. A China comprou em papel mais que os produtores americanos venderam em contratos futuros. Há mais demanda que oferta de físico – diz.
O Brasil deve ter calma, na opinião do analista, controlar os custos, mas estar atento, porque a demanda é grande e a renda pode ser garantida nesta safra.
– Vão ter momentos favoráveis, a média dos produtores, que não têm alto endividamento terão lucro.
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Milho
Brandalizze destacou a produção de etanol de milho nos Estados Unidos. Ele conheceu o funcionamento da cadeia e contou que o produtor norte-americano de milho está vendendo diretamente para a indústria em que é associado. Dessa forma, a indústria se mantém em funcionando e garante a lucratividade do produtor no etanol e não no comércio de milho.
– A indústria pertence à cooperativa de produtores da região. Eles estão no nível mais alto da história do etanol americano.
Com isso, a demanda de milho se mantém alta, o que pode beneficiar o Brasil, já na próxima safra.
Etanol
O Brasil terá de importar etanol dos Estados Unidos no começo do ano que vem, conforme Brandalizze. A principal razão é a quebra de safra no Nordeste e a redução da produção no Centro-Sul.
– Temos condições de continuar líderes do setor e etanol de cana-de-açúcar. A indústria brasileira pode ser mais eficiente que a americana, é preciso melhorar a produtividade das lavouras e das indústrias. Existe fôlego, existe espaço para melhorar. Nós passaríamos deles.
A maior potencial de crescimento do milho para etanol é de Mato Grosso, onde o preço da logística é muito alto.
– Principalmente a safrinha de Mato Grosso, que tem que correr o Brasil inteiro para exportar – conclui.
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