— O voto (para o CMN) já está pronto — informa o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. O CNC reúne as principais cooperativas de café do país.
O executivo diz que os recursos serão suficientes para estocar cerca de quatro milhões de sacas de 60 kg. A expectativa é desovar o produto gradativamente no mercado, quando o consumo mostrar sinais de reação, favorecendo a rentabilidade do produtor.
— Historicamente, as cotações melhoram no último trimestre do ano, com aumento da demanda estimulada pelo rigoroso inverno no Hemisfério Norte — estima Silas Brasileiro.
Conforme dados do CNC, até o momento, os recursos tomados pelos produtores já permitiram estocar quatro milhões de sacas (dois milhões com recursos do Funcafé, um milhão com recursos do Banco do Brasil e outro um milhão com recursos dos demais agentes financeiros, segundo dados levantados pela Febraban).
— Estamos acertando com os bancos recursos adicionais que poderão totalizar R$ 1,8 bilhão para financiar a estocagem — comenta o executivo.
Silas Brasileiro observa que as cotações do café recuaram nos últimos dias por causa de especulação com o clima no Brasil.
— O tempo seco das últimas semanas favoreceu a colheita e entrou muito café de uma vez no mercado — explica.
Ele considera, no entanto, que as chuvas de junho e julho prejudicaram a qualidade e o volume da safra. O mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta a safra brasileira de café em 50,45 milhões de sacas. O CNC já encaminhou pedido à Conab para que promova um novo levantamento, o qual poderá confirmar as perdas causadas pelo clima adverso.