Ritmo de semeadura no estado segue bastante lento até o momento devido a falta de umidade no solo e chuvas adequadas para o plantio
Victor Gomes, de Brasília (DF)
O plantio da soja em Goiás está atrasado em relação ao ano passado, assim como em boa parte do País. A razão a falta de chuvas. Segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado, até o momento 5% da área de 3,3 milhões de hectares foram semeados, no mesmo período de 2016 quase 9% já estavam plantados. Os produtores começam a ficar preocupados com a extensão deste período de seca.
Algumas chuvas até caíram, mas o produtor de soja Vilberto Vanazzi está esperando um pouco mais. Pelo menos 100 milímetros para começar o plantio, que só deve acontecerno final de outubro. Os insumos estão estocados aguardando. No ano passado, o produtor começou a semeadura no início do mês, bem diferente dessa safra.
“Ano passado começamos dia 2 a semeadura, pois já tínhamos 110 milímetros de chuvas. Valia a pena arriscar. Este ano a previsão de boas chuvas é só em novembro, então tem que segurar. Vamos tentar alguma coisinha debaixo de pivô, que o nível das barragens está bem baixo também, mas com esses um pouco de chuva já dá pra começar”, explica Vanazzi.
Outra preocupação era em relação aos custos, que nesta safra até recuaram um pouco. O preço da semente transgênica, por exemplo, caiu 8%. Por outro lado, as cotações da saca de soja não têm animado o produtor. Entre agosto e setembro, o valor médio ficou 20% abaixo do que foi praticado no mesmo período de 2016.
“Hoje trabalhamos com os custos mais altos que a nossa renda. Mas a expectativa é que tenhamos uma boa safra, as áreas que serão plantadas são praticamente as mesmas, um pouco mais, mas a gente não tem muitas expectativas nos preços”, comenta o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz.