O acefato, da família dos organofosforados, como o metamidofós e o endossulfam, também deve ser banido. Falta agora definir o prazo para a retirada gradativa do mercado.
? O prazo está em discussão. Porque no momento que a gente discute com o Mapa e o Ministério do Meio Ambiente, busca mecanismos que não tragam prejuízo para o produtor rural de imediato. Mas também que seja prazo curto suficiente para não permanecer o dano que a gente está dizendo que causa. Ele tem riscos importantes à saúde pública, porque é neurotóxico, provoca danos reprodutivos e tem suspeita de carcinogenicidade (causa câncer) ? comenta o gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles.
Os organofosforados vêm sendo banidos no mercado mundial. Nenhum país da comunidade europeia permite seu uso. A intenção é fazer a troca por produtos menos agressivos ou encontrar formas de manejo que reduzam o uso destes químicos. O manejo integrado de pragas, com a aplicação do inseticida somente após a identificação de dois ou mais percevejos na lavoura é uma delas. Entre as alternativas químicas, além do acefato, está uma mistura de piretróides e neonicotinóides – um pouco mais cara – mas que tem uma boa eficiência no controle do inseto.
? Como exemplos destes inseticidas estão o ingrediente ativo imidacloprido e as hipermetrinas, que são piretróides típicos ? afirma o coordenador-geral de agrotóxicos e afins do Ministério da Agricultura, Luís Rangel.
Outros produtos foram liberados para o controle das mesmas pragas, mas custam mais caro.
? A gente recentemente aprovou produtos do grupo químico das diaminas, que são produtos que provavelmente vão substituir os organofosforados, principalmente na fase das lagartas, isso é um grande avanço tecnológico, mas infelizmente por ser um produto sob patente, vai ter a questão ainda do preço ? finaliza Rangel.