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Produtor deve vender o estoque de soja agora para aproveitar bons prêmios

Diante do anúncio do USDA, a perspectiva é de preço menor na próxima safra do grão

Diante do anúncio do USDA, a perspectiva é de preço menor na próxima safra do grão

 

O aumento na produção de soja, apontado no relatório do USDA (Departamento de Agricultura norte-americano), já começa a causar impactos ao produtor brasileiro da oleaginosa. O mercado internacional já trabalha com novos valores para o grão, causando uma queda nos preços, tanto no Brasil quanto no exterior.

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Com uma tendência de queda, o indicado é aproveitar os preços atuais, pois a perspectiva é de queda a partir de agosto. Na visão do analista de mercado Carlos Cogo, o agricultor deve vender imediatamente o estoque da safra 2013/2014 para aproveitar os bons prêmios disponíveis, o que deve mudar com a colheita norte-americana, que se inicia no segundo semestre.

– É melhor vender essa soja disponível com os prêmios altos agora ou, no máximo, em agosto. Você não vê uma possibilidade de avanço no preço final. Quanto mais se aproximar a colheita nos Estados Unidos, mais baixa estará a cotação, por mais alto que seja esse prêmio. O produtor pode perder uma boa oportunidade de vender agora e investir no mercado financeiro e na compra de insumos – afirma Cogo.

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O analista de mercado diz que o produtor não deve esperar para surgir uma melhora nos preços, pois isso poderá trazer prejuízos. Segundo ele, o produtor deve se planejar para um valor de US$10,00 por bushel. A demanda chinesa é o que pode manter os preços estáveis neste patamar.

– A China deve se aproveitar da queda de preços. Agora, ela vai diminuir a compra da safra sul-americana e investir na safra norte-americana, mas, sem dúvida, a China vai manter a média de preços – completa Carlos Cogo.

Pessimismo

As quedas externas refletiram nas cotações internas do grão, que recuaram 1,9% na média do Estado de Mato Grosso. Apesar disso, as perdas internas estão sendo amenizadas pelos prêmios positivos nos portos brasileiros, afirma o relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia e Agropecuária (Imea).

Mais uma semana de queda da soja em Chicago. O recuo de 6,75% na média da semana para o contrato de agosto/14 refletiu, dentre outros fatores, os dados trazidos pelo USDA na sexta-feira.

A nova estimativa trimestral de oferta e demanda da soja 2013/14, realizada pelo Imea, trouxe um pequeno recuo no lado da oferta, em virtude da redução na produção em relação ao previsto em abril, contudo, essa queda foi menor que a sofrida no lado da demanda.

Apesar de a expectativa de demanda aquecida para a soja mato-grossense continuar, a previsão de recuo da demanda maior que da oferta eleva a projeção de estoques ao final desta safra para 240 mil toneladas em Mato Grosso.

Complexo soja foi destaque no Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná

Em junho de 2014, as exportações do agronegócio alcançaram a cifra de US$ 9,61 bilhões. Desta vez, São Paulo ficou em primeiro lugar no ranking de exportações, com US$ 1,6 bilhão. Em segundo lugar está Mato Grosso, com US$ 1,58 bilhão exportados. Em seguida estão os estados do Rio Grande do Sul (US$ 1,5 bilhão), do Paraná (US$ 1,2 bilhão) e de Minas Gerais (US$ 789 milhões).

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Em Mato Grosso, o complexo soja ficou em primeiro lugar entre os setores exportados (US$ 6,9 bilhões), de janeiro a junho deste ano. Dentro do complexo, o item mais exportado pelo estado foi a soja em grãos, com US$ 5,54 bilhões.

No mesmo período, o Rio Grande do Sul exportou US$ 2,9 bilhões em produtos do complexo soja. Somente a soja em grão é responsável por US$ 2,23 bilhões exportados dentro do complexo. A exportação do complexo soja também foi destaque no Paraná, no primeiro semestre de 2014, com a cifra de US$ 3,6 bilhões.

Confira a entrevista do analista de mercado Carlos Cogo ao programa Mercado & Companhia:

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