Gastos com a lavoura no estado subiram cerca de 40% e, para piorar, resistência da planta daninha preocupa os sojicultores
Bruna Essig | Santa Maria (RS)
A área plantada de soja no Rio Grande do Sul deve aumentar em 15% nesta safra, e muitos produtores vão usar parte das lavouras de arroz para apostar na oleaginosa, que, em termos de preços, está valendo mais. Ainda assim, o custo de produção já cresceu 40% na comparação com 2014, segundo dados da Emater.
• Adoção correta do plantio direto garante mais produtividade
Esse aumento nos gastos com a lavoura já virou dor de cabeça para os produtores. Com receio, o agricultor Arlindo Scremin já comprou o adubo que precisava antes da disparada do dólar, mas alguns investimentos mais caros vão ter que esperar, como a plantadeira que poderia ajudar muito na lavoura.
– O custo de produção está muito caro e a gente tem que ter um pouco de calma, olhar o mercado em si. A questão do combustível também subiu demais, então tudo isso é uma coisa que a gente tem que pensar – argumenta Scremin.
Além da preocupação com os custos e a incerteza econômica, os agricultores têm nesta safra uma pedra no sapato que há muito já incomoda, mas que ganhou força: a planta daninha buva. A invasora pode baixar consideravelmente a produtividade da lavoura.
– Ela compete por nutrientes da soja: água e luz, principalmente até os 50 dias após o cultivo. Se não tiver o controle, o produtor vai ter uma diminuição na produção – orienta o agrônomo Carlos Augusto Moro Junior.
A planta ficou resistente aos herbicidas há três safras. Para evitar o aparecimento, o especialista sugere a rotação de culturas e manter a cobertura de solo no inverno. Na lavoura do agricultor Arlindo Scremin, a buva insiste em aparecer, mas por pouco tempo. O produtor já começou o controle.
– Justamente quando o solo fica descoberto ela aparece mais. Se deixar a buva infestar, vai tirar muito da produção – diz o sojicultor.
Vendas antecipadas
Para driblar as incertezas do mercado, o jeito é vender o grão antecipadamente. É o caso do sojicultor, que já vendeu três mil sacas.
– É um ganho para o produtor. Se baixar o preço da soja, ele vai comercializar por aquele contrato feito, vai vender por um preço mais alto – explica o engenheiro agrônomo Carlos Augusto Moro Junior.
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