Ele adquiriu contratos em três leilões com o objetivo de garantir a comercialização da colheita. Petry pagou de R$ 0,80 a R$1,00 por saca para ter o direito de vender milho ao governo em julho por R$ 15,36. Se a cotação do milho ultrapassasse o valor, bastaria o produtor pagar o seguro e vender o produto no mercado físico normalmente.
Prevendo uma pequena margem de lucro, o produtor nem imaginava que estava fazendo um grande negócio. Das mais de 53.500 sacas de milho produzidas, Petry comercializou 83% antecipadamente e garantiu um lucro, que não conseguiria se tivesse deixado para vender a safra agora, em plena época de colheita. As sete mil sacas que sobraram vão ficar estocadas e devem ser utilizadas para alimentar o gado criado em confinamento na propriedade.
? O milho que sobrou eu vou guardar, não vou dar pra ninguém a R$ 8,00 a saca, é valor de doação ? diz Petry.
O produtor decidiu adquirir contratos no leilão de opções porque no último ciclo não tomou uma decisão muito acertada. Petry guardou o milho na tentativa de aproveitar os preços mais altos e foi surpreendido por uma inversão do mercado que fez as cotações despencarem para R$ 12,00, o que não foi suficiente nem para pagar os custos de produção.
? No ano passado a safra estava com preço excelente, a R$ 16,00 a saca e falavam que ia alcançar R$ 20,00 a saca. Aí nós esperamos pra vender e inverteu o mercado. Acabamos vendendo por R$ 12,00 a saca ? afirma o produtor.
Com os gastos na ponta do lápis e uma estimativa de produção que tomou como base o resultado das últimas safras, foi possível calcular um preço razoável para vender o milho colhido. A atenção voltada para as previsões e mercado e a organização com as contas da lavoura foram fundamentais para garantir a saúde financeira da fazenda este ano.
? A gente procura trabalhar com custo de produção, então tendo custo formado já para próxima safra, eu já sei por quanto posso vender meu milho ? relata Petry.
A decisão errada no ano passado serviu como lição para o produtor se proteger das oscilações do mercado nos próximos anos.
? É o risco da nossa atividade. É difícil acertar, então tem que procurar errar pouco ? conclui o produtor de Mato Grosso.