Produtor não sentirá alta do diesel no curto prazo

Em MS, a participação do óleo diesel no custo total do milho é de 2,7% e da soja 1,2%, diz Famasul

A alta do preço do diesel anunciada nessa terça, dia 29, não trará reflexos no curto prazo no custo de produção da soja e do milho em Mato Grosso do Sul, disse a gestora do departamento econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), Adriana Mascarenhas.

– Em Mato Grosso do Sul, a participação do óleo diesel no custo total do milho é de 2,7% e da soja 1,2%, portanto os impactos são menores, não trazendo grandes preocupações aos produtores neste momento em que os preços (domésticos dos grãos) estão elevados – afirmou.

Nessa terça, dia 29, à noite, a Petrobras anunciou um reajuste de 6% do preço da gasolina e de 4% para o óleo diesel na refinaria. Segundo estudo do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), se estas alterações forem repassadas para as bombas de combustível o impacto será de 0,46% a 1,41% no custo dos fretes do transporte rodoviário de cargas.

Segundo a economista da Famasul, o peso do frete no custo do setor de grãos é significativo. A participação varia de 20% a 35%, dependendo da distância do porto.

– Para os produtores que negociam preço CIF o impacto será maior, uma vez que o custo com o transporte é de responsabilidade do fornecedor/produtor – disse.

Por outro lado, a economista afirma que para a safra 2015/2016 os riscos são menores para os produtores que fizeram a compra de insumos antecipadamente, com o dólar menos valorizado, e aproveitaram o momento de apreciação da moeda para realizar vendas antecipadas.

– A preocupação é a safrinha (de milho, a ser cultivada em 2016), para a qual os insumos serão adquiridos com a moeda norte-americana mais alta e a incerteza de como estará este câmbio no momento da venda – disse.