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Produtor precisa ficar atento ao processo de classificação de grãos, defende Aprosoja

Associação trabalha na discussão de uma cartilha de Boas Práticas de Classificação para chegar a um acordo sobre a metodologiaNa reta final da colheita de soja em Mato Grosso, os produtores rurais precisam ficar atentos ao momento de entregar a produção nas tradings. A classificação dos grãos é um momento crucial, pois são descontadas impurezas e avarias, entre outros, da carga entregue pelo produtor. Segundo o consultor Sinibaldo Junior, é importante que o produtor rural esteja ciente da qualidade do seu produto.

– É preciso que alguém da equipe na propriedade rural tenha conhecimento sobre classificação, pois algumas vezes o procedimento pode ser realizado de forma incorreta, o que gera grandes prejuízos – afirmou.

Os produtores de Campo Verde se organizaram para não ter surpresa na hora dos descontos de classificação. Eles contrataram uma empresa que disponibilizou um classificador para acompanhar a entrega da safra nas tradings. O profissional ficou no município por vinte dias e, cada vez que um produtor entregava a carga, ele acompanhava todo o processo de classificação e recolhia amostras para, depois, fazer a comparação entre os descontos.

Dezessete produtores participaram da experiência e 180 amostras foram recolhidas e estão em análise.

– Já visualizamos, no dia a dia, a diferença nos descontos por causa do peso do grão. Nas máquinas modernas, podemos verificar a umidade ainda no campo. Saía de lá com 18%, mas na classificação da trading dava 20 ou 22% – contou o delegado da Aprosoja em Campo Verde, Jalmar Vargas.

Vargas explicou que o padrão é 14% de umidade, mas com as fortes chuvas no pico da colheita a umidade ultrapassou esse valor.

– O problema é que o grão, muitas vezes, não está realmente estragado, é somente a alta umidade. Aí a trading seca e o grão fica no padrão, mas os descontos são aplicados não só pela umidade e tudo vai para o produtor – explicou.

As ferramentas usadas pelas empresas para classificar os grãos também são questionadas pelos produtores.  Para tentar minimizar as distâncias dos procedimentos de classificação entre produtor rural e tradings, a Aprosoja trabalha para elaboração de uma cartilha de Boas Práticas de Classificação no grupo de trabalho de Classificação da Câmara Setorial da Soja do Ministério da Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente (Mapa).

O consultor Sinibaldo Junior ressalta que os produtores rurais precisam ficar atentos aos pontos de amostragem, à homogeneização e à identificação das impurezas e avarias.

– A experiência em Campo Verde mostrou que se o produtor ficar atento ao seu produto e ao momento da classificação, os descontos serão reais e mais justos. No início do trabalho, as divergências eram grandes e, no final, diminuíram bastante – disse.

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