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Produtor do Rio Grande do Sul inova e protege a plantação de ameixa do granizo

Custo do investimento é em torno de R$ 40 mil reais por hectareO agricultor José Carlos Casagranda, da cidade de São Marcos, na região serrana do Rio Grande do Sul, encontrou uma forma de proteger os 3,7 hectares dos 6,5 que planta de ameixa. Uma tela antigranizo cobre a área plantada e evita que o produtor perca a produção. A adoção da tecnologia foi motivada pelo bolso: "foi de tanto perder dinheiro", afirma o agricultor.

Depois de perder uma parte do pomar em 2009 e de ter perda total na safra nos dois anos seguintes, Casagranda decidiu cobrir dois hectares de ameixa com tela antigranizo, em 2012. A tecnologia foi apresentada a ele pelo técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Fabiano Varela, que trabalhou na região de Vacaria e Bom Jesus, onde a proteção é utilizada nos pomares de maçã. Ele explica que diferentemente da plasticultura, a tela não protege da chuva ou geada, somente do granizo.

O custo do investimento é elevado: em torno de R$ 40 mil reais por hectare – incluindo tela, mão de obra para a implantação, arame e palanque. Conforme o produtor, que calcula em cerca de R$ 50 mil reais a renda de um hectare de ameixa, escapar de um granizo pode compensar o investimento já no primeiro ano. Casagranda utiliza uma tela nacional e uma importada, ambas com garantia de cinco anos, mas que, segundo ele, podem durar até 14 anos.

Neste ano, ele cobriu mais 1,7 ha do pomar. Mas as áreas de ameixa e pera a céu aberto não escaparam do prejuízo causado pelo granizo, que varia de 10% a 30%. Apesar de ter seguro particular, o agricultor diz que as perdas nunca são compensadas na dimensão em que ocorrem. Conforme o técnico da Emater/RS-Ascar, o valor do seguro geralmente cobre apenas o custo de produção.

Fabiano explica que, em caso de granizo, os piores danos ocorrem daqui em diante, quando a fruta estiver formada.

– Se houver um granizo próximo à época da colheita, a fruta é danificada e não tem tempo de cicatrizar. Nesse caso, é melhor colher e tentar vender logo, em vez de armazenar em câmara fria, pois o ferimento é porta de entrada de doenças, como a podridão, que vai aumentar as perdas – salienta.

Casagranda, que trabalha com cultivares melhoradas, tem duas câmaras frias e vende a produção diretamente no Estado, além de Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso, “depois que pegou granizo, se sofre muito para vender essa fruta”.

Mesmo que o granizo ocorra na época de dormência, quando a planta não tem folhas nem frutos, há danos.

– Vai causar um ferimento na planta e ela vai ter que destinar energia para curá-lo, podendo levar até três anos para cicatrizar. Nesse período, a produtividade será menor – explica Fabiano.

Além de Casagranda, outro produtor de São Marcos também está investindo na proteção de 0,6 ha de ameixa com tela, neste ano. Para investir na tecnologia, os agricultores podem buscar financiamento dos programas nacionais da Agricultura Familiar (Pronaf) e de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

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