Além do crédito, o governo promete reforçar o seguro agrícola, que deve ter recurso entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões, alterar o zoneamento para o trigo, ampliando o tempo de plantio, e reajustar entre 6% e 9% o preço mínimo da cultura, que hoje é de R$ 501 por tonelada para o tipo 1 da variedade pão. O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller informou que a maior parte dos recursos será dividida entre produtores gaúchos e paranaenses.
A preocupação maior é garantir matéria-prima às indústrias depois da quebra na safra passada do cereal. No Rio Grande do Sul, conforme a Emater/RS, a perda chegou a 31% por causa de problemas climáticos.
Produtores reivindicam reajuste do preço mínimo
Os prejuízos devem forçar os moinhos a buscar o produto em outros mercados, como os Estados Unidos, já que a Argentina, principal parceiro do Brasil, também sofreu com o clima.
– Com esse volume de recursos mais alto, queremos estimular a produção de trigo para repor estoques. Essas medidas servem para trazermos renda ao produtor e, ao mesmo tempo, controlar a inflação, evitando o aumento excessivo do preço do pão e produtos que dependem do cereal – explica Geller.
Para o setor produtivo, se o pacote é bom ou não dependerá de levantamentos que serão finalizados até 28 de fevereiro pelos produtores gaúchos e paranaenses sobre intenção de plantio e custos de produção das lavouras e que serão apresentados na reunião da Câmara Setorial das Culturas de Inverno, em Brasília (DF). O primeiro conflito será o reajuste do preço mínimo do trigo. O setor pede elevação de cerca de 15%, fechando a R$ 576 a tonelada do produto.
– Só aqui no Rio Grande do Sul temos uma prévia de intenção de plantio próxima de um milhão de hectares. Precisamos ver o que os paranaenses pretendem para esta safra, mas a tendência é aumentar a área também. Se isto ocorrer, os R$ 500 milhões serão poucos – avalia o presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim.
Na safra passada, o valor total oferecido para as culturas de inverno foi de R$ 430 milhões. O governo do Rio Grande do Sul também está formulando um plano de incentivo às culturas de inverno.
O plano
Crédito: O valor que deve ser liberado pelo governo federal é de R$ 500 milhões para as culturas de inverno, aumento de 16% ante R$ 430 milhões da safra passada.
Seguro: a intenção é de que a subvenção para o seguro agrícola chegue a até R$ 90 milhões.
Zoneamento agrícola: a proposta do governo federal é ampliar o período de plantio, mas ainda não há definição sobre o novo prazo.
Preço mínimo: deve ter reajuste entre 6% a 9%. Com isso, pode chegar a R$ 546 a tonelada para o tipo 1 da variedade pão. O valor atual é de R$ 501 a tonelada.
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