? Pra mim, é normal. Sou bem feliz do que eu faço, adoro acordar cedo, tomar meu café e ir pra fora. Gosto muito, e eu acho que todas as mulheres que estão no mesmo ramo deveriam fazer isso, porque é muito bom trabalhar lá fora na fazenda ? relata Maria Helena.
A produtora relata que, no começo, foi estranho.
? Eu senti muito logo no início. Aquela coisa de me emperiquitar, te arrumar, botar um salto bem alto e ir pra loja e depois colocar um tênis ou uma bota e ir pra fora, pra fazenda. Isso eu senti muito tempo.
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? A primeira coisa que meu pai fez foi me dar 50 vacas prenhas, pra eu me sentir mais à vontade de ir pra lá, ter alguma renda além da lavoura de arroz. E assim que foi o meu dia a dia, plantando arroz e na agropecuária ? conta.
O pai de Maria Helena, o produtor de arroz Rodolfo Bartz, também é exemplo para as três filhas dela. Depois de terem se formado na capital, se preparam para dar sequência ao trabalho na fazenda e nos trabalhos da mãe e do avô.
? Cada uma tem uma formação, um trabalho. Mas quando eu preciso, elas estão sempre aqui comigo.
As filhas concordam.
? Eu sei que eu vou terminar minha vida lá fora, eu sei que mais cedo ou mais tarde eu vou acabar indo pra lá. Eu acho que tenho que aprender ainda muita coisa, mas com certeza daqui a um tempo eu vou enfiar o pé no barro e isso vai ser o que eu vou fazer pro resto da minha vida ? confessa a representante comercial Alexandra Bartz Zacher.
? Todos os dias vou pra fora com a mãe. Eu comecei a aprender como o arroz vai crescendo, o que vai acontecendo. E foi uma coisa que eu me identifiquei, não me vejo mais longe ? diz a psicóloga e produtora rural Bianca Bartz Zacher, que afirma que longe da terra não fica mais.
Além das lavouras de arroz, pai, filha e netas administram negócios com gado e cavalos percherón, uma paixão da família. Apesar de estar administrando os negócios há 15 anos, Maria Helena ainda presta contas e ouve os conselhos do pai. Quando corre na frente, leva um puxão de orelha.
O rigor está explicado: seu Rodolfo é bem prático e tem na ponta da língua o porquê de ter dividido parte do patrimônio em vida.
? Não adianta receber uma propriedade e não saber administrar nem trabalhar. A propriedade tem que produzir. Isso que eu acho importante. Eu vejo que muitas pessoas vão estudar e voltam pra propriedade sem saber administra-la. A propriedade tem que ser bem administrada, senão não dá lucro ? aponta o avô.
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