Responsáveis por mais de 30% do algodão produzido no Brasil, os agricultores do oeste baiano já começaram a colheita e, pelo menos 5% da área de 283 mil hectares, já foi finalizada. A quantidade é suficiente para comprovar que as lavouras vão produzir menos este ano, principalmente por causa do excesso de chuvas, que prejudicou o desenvolvimento das plantas. Mas esta não é a maior preocupação dos produtores. O principal obstáculo tem sido os baixos preços pagos pelo produto, o que deve comprometer o futuro da cotonicultura na Bahia.
A estimativa ainda não é oficial, mas revela o descontentamento dos produtores com a atividade. Diante dos altos investimentos, a venda com preços desfavoráveis significa grandes prejuízos.Por isso, mesmo com a colheita ainda em fase inicial, as projeções para a próxima safra já começam a ser definidas e apontam uma queda significativa na área plantada.
Os produtores falam de uma redução de até 30% da área cultivada nesta safra. Se for confirmada, esta será a segunda queda consecutiva da área destinada à atividade no Estado, e a de maiores proporções. O produtor rural Augusto José Montani plantou três mil hectares, com um custo de aproximadamente R$4 mil por hectare. Na hora da comercialização não conseguiu receber ofertas que cobrissem os gastos.
? O planejamento meu da minha família é de redução de um terço da área, de três mil para dois mil hectares. O custo está alto.
Com um cenário desfavorável, a saída para os agricultores é encontrar maneiras de reduzir as despesas. Assunto que foi amplamente discutido durante na última edição de “Dia de Campo” na região, que apresentou cultivares resistentes à Ramulária, uma das principais doenças que atacam o algodoeiro. Contribuição da ciência para minimizar os gastos dos produtores, já que, em média, são necessárias quatro aplicações de fungicidas para combater a doença, e cada aplicação não sai por menos de US$ por hectare.
? Mostramos dois materiais novos que apresentam resistência à doença ? explica o pesquisador da Fubndação-MT, Paulo Hugo Aguiar.