Produtores de algodão dos Estados Unidos acessam programa de garantia de renda do governo

Estoques devem atingir maior patamar da história no fim da temporada, em julho de 2015Os contratos futuros de algodão se estabilizaram perto do menor patamar em cinco anos com o avanço da colheita nos Estados Unidos, porém um programa de empréstimos a produtores do governo norte-americano gera incertezas sobre quando a produção que está sendo colhida no país chegará ao mercado. Analistas avaliam que o mecanismo de auxílio retira a pressão sobre produtores para vender o algodão neste momento.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a safra 2014/2015 de algodão será 28% maior que a anterior. O incremento de produção nos Estados Unidos, principal exportador mundial, e a menor demanda da China devem levar os estoques a atingir o maior patamar da história ao final da temporada, em 31 de julho de 2015. Essa perspectiva pressionou o mercado e os contratos futuros caíram 26% neste ano, atingindo 61,37 cents por libra-peso na semana passada, menor nível de fechamento desde 2 de outubro de 2009.

• Pesquisadores publicam nova Circular Técnica sobre plantas daninhas do algodão

Quando o preço calculado pelo USDA cai abaixo de 52 cents/lb, o governo permite que os produtores utilizem o preço mundial no pagamento do empréstimo, e não o valor original. Os agricultores também têm a opção de desistir do empréstimo e receber a diferença entre o preço mundial e o preço do empréstimo quando vendem o algodão – já foram feitos três pagamentos nesta modalidade, totalizando US$ 2.080,47 para 524 fardos.

– Provavelmente, muitos produtores devem tomar o empréstimo para o algodão ou pegar a diferença. Existem incertezas sobre a quantidade de algodão que estará imediatamente disponível para comercialização – afirmou Chris Kramedjian, consultor de gerenciamento de risco na INTL FCStone.

Do lado da demanda, preocupações sobre a China, maior importador mundial da pluma, têm sido compensadas pelas exportações dos Estados Unidos. Os dados mais recentes, da semana encerrada em 25 de setembro, indicaram que as exportações líquidas cresceram 45% ante a semana anterior. No acumulado do ano-safra, o país vendeu 4,7 milhões de fardos, ante 2,6 milhões de fardos em igual período do ano passado.

No entanto, uma autoridade do comitê de planejamento econômico da China disse recentemente que a indústria têxtil do país receberá cotas de importação equivalentes a 4,1 milhões de fardos em 2015, o mínimo estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O número é menor que um terço dos 14,1 milhões de fardos que o USDA estimava para a importação chinesa nos 12 meses terminados em 31 de julho de 2014. 

Agência Estado