Este ano os paranaenses conseguiriam antecipar a janela do plantio da oleaginosa, mas o clima não colaborou. Especialistas explicam os problemas que os produtores podem ter
Pedro Silvestre, de Goioerê (PR)
Depois de os produtores do Paraná conseguirem que o fim do vazio sanitário fosse antecipado, a expectativa era iniciar logo a semeadura da oleaginosa, para abrir espaço para o plantio de milho na sequencia. Mas, o clima não tem contribuído para estes planos e as preocupações começam a crescer.
Na fazenda do produtor rural Márcio Bonesi está tudo pronto para iniciar a safra 2017/2018. O adubo e as sementes já foram entregues em sua fazenda, as plantadeiras estão reguladas, mas as chuvas não vieram ainda. “Se tivessem vindo, com certeza a gente estaria plantando já. Teria realizado a semeadura em boa parte da área, abrindo espaço para o milho, que entraria na sequencia”, diz Boresi.
Abertura do Plantio da Soja 2017/2018
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Paraná (Aprosoja-PR), José Sismeiro, a região de Goioerê não recebe chuvas significativas para o solo há pelo menos um mês. “O solo está extremamente seco, não podemos nem pensar em plantar no pó. Tínhamos a previsão de chuvas do dia 12 ao dia 15 de setembro, mas infelizmente não se confirmou. Agora estão falando sobre o início de outubro”, garante.
Os produtores acreditam que se essas previsões se confirmarem, tanto a safra de soja, quanto a de milho, que vem na sequencia, podem ser prejudicadas. “Nossa preocupação é que os materiais genéticos que compramos para esta safra, são para plantar do dia quinze de setembro até o início de outubro. Se atrasar muito teremos que entrar outubro com esses materiais precoces aí. Isso não é muito interessante, já começa a comprometer um pouco da nossa produtividade” , conta Boresi.
Entretanto, o engenheiro agrônomo Odair Johanns explica que é preciso ter cautela para evitar prejuízos. Ele conta que historicamente a soja sempre foi plantada no Paraná em outubro mesmo. “Não adianta o produtor se precipitar e colocar a semente no solo sem ter uma umidade adequada. O ideal para não correr riscos de perder plantios, é esperar a retomada das chuvas mesmo. Pelo menos algo entre 40 e 50 milímetros para recompor a umidade. “
Diante desta ansiedade dos produtores, o agrônomo alerta para a importância da safra de soja nas contas da propriedade, quando comparada ao milho. “É preciso lembrar que a safra principal é de soja, que traz trazer a maior rentabilidade. Então conseguir plantar em uma época adequada, com um bom estande e conseguir uma boa uniformidade de plantas é essencial para a produtividade”, explica ele.