A quarta edição do Seminário Cultura do Arroz de Terras Altas de Mato Grosso reuniu empresários, produtores e especialistas do setor. Em discussão, estavam as estratégias para fomentar a atividade no Estado que já foi um dos principais produtores do cereal no Brasil.
Alguns números exemplificam bem o retrato da rizicultura em Mato Grosso. Há seis anos, cerca de 120 indústrias estavam em atividade no Estado. Porém, diante do crescimento desordenado tanto do parque industrial quanto das áreas de cultivo, a qualidade de boa parte da produção deixava a desejar, o que comprometeu o setor. Hoje, apenas 35 indústrias estão em funcionamento. A atividade vive uma fase de reestruturação, com uma perspectiva bastante otimista.
Atualmente, o Estado possui a quarta maior área cultivada no país e é responsável por uma produção superior a 740 mil toneladas, volume bem inferior ao que era registrado no início da década, quando eram colhidas quase dois milhões de toneladas. A diferença, segundo os especialistas, está na qualidade do produto que avançou significativamente nos últimos anos, depois da implantação do programa de melhoramento do arroz de terras altas.
De acordo com a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), 75% da produção são vendidos para Estados das regiões Sudeste e Nordeste. Ampliar este número e alcançar novos mercados são algumas das metas a serem atingidas.
? É preciso fazer para que o setor do arroz cresça e alcance novos mercados ? disse o vice-presidente da FIEMT, Mauro Cabral de Moraes.
A concorrência provocada pela importação de arroz de outros países também prejudica o setor. Porém, no que depender da expectativa dos participantes do encontro, o cenário da rizicultura no Estado deve dar bons passos nos próximos anos. A integração e a organização dos elos da classe produtora aliada ao aquecimento da demanda mundial por alimentos podem representar uma excelente oportunidade para o setor.