Os motivos vão da estabilidade econômica proporcionada pela soja aos benefícios da rotação de culturas. Foi neste último ponto que Lavall se apegou para plantar 120 hectares de soja e 250 de arroz em Restinga Sêca – cidade que realiza até sábado a 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz:
– Precisava fazer uma limpeza do arroz vermelho, que já não saía com herbicida.
Responsáveis por uma depreciação de até 30% do valor do cereal no mercado, o arroz vermelho e o preto têm ficado mais resistentes a herbicidas. A rotação com a soja, neste caso, ajuda na limpeza da área, além de deixar nutrientes como o nitrogênio.
– Hoje, existem variedades de soja adaptadas. Antes, não havia tecnologia, porque o arroz é uma das únicas plantas que precisam estar quase constantemente submergidas na água – explica Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS).
Nem mesmo o fato de a lucratividade ser historicamente menor nas áreas de arroz do que nas regiões onde se cultiva soja e milho é capaz de tirar o entusiasmo, avalia o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, Amélio Dall’Agnol:
– O produtor está satisfeito, porque percebe que está ganhando mais do que só cultivando arroz.
Para quem pretende investir na dobradinha, o presidente da Federarroz, Renato Rocha, alerta:
– É preciso ter um bom sistema de drenagem, procurar variedades adaptadas ao solo úmido e redobrar os cuidados com enchente ou seca.