Produtores de arroz reclamam do preço e do alto custo de produção

Na safra 2010/2011, foram cultivados 1,17 milhão de hectares no Rio Grande do SulQuase 60% das lavouras de arroz já foram colhidas no Rio Grande do Sul. O trabalho avançou principalmente na fronteira oeste do Estado, que é o maior produtor do país. Porém, os agricultores ainda reclamam do preço e dos custos de produção.

A colheita do produtor rural João Paulo ainda não atingiu metade dos 220 hectares plantados com arroz. Na propriedade, que fica no município gaúcho de Eldorado do Sul, ele calcula os gastos com a lavoura. Está há três anos no vermelho e culpa o custo de produção que chegou a US$15 por saca, o dobro do praticado em outros países produtores.

? O aumento de preço hoje não vai se refletir numa solução definitiva dos problemas. A solução definitiva dos problemas vai acontecer quando houver uma diminuição de custos. O nosso custo de produção está muito acima do que ocorre hoje em todo o mundo. Então, qualquer aumento de preço, de imediato, sem a sua devida estruturação, vai acabar facilitando muito mais a importação de outros mercados ? afirma o produtor.

Nesta safra, foram cultivados 1,17 milhão de hectares no Rio Grande do Sul. Nesta segunda, dia 28, o governo federal anunciou medidas de apoio que vão permitir aos produtores a comercialização de até um milhão de toneladas de arroz em leilões de opções pública e privada a um preço acima do mínimo estipulado pelo governo, que é de R$ 25,80.

? Isso é importante, isso é significativo e se não fossem essas medidas, provavelmente o mercado de arroz estaria mais baixo ainda ? afirma Cláudio Pereira, presidente do Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga).

Agora, a preocupação do Irga é com a armazenagem.

? Porque muitas dessas medidas, para serem atingidos os objetivos, necessitam de armazenagem suficiente para este arroz. As exigências novas que a Conab fez aos produtores e aos armazenadores tem dificultado, e até impedido, o credenciamento. Portanto, impedido os produtores de fazerem opções que o governo tem posto a disposição ? completa Pereira.