Após três meses de reivindicações, avicultores e suinocultores conseguiram do governo o aumento dos limites de crédito de custeio. Mas o valor máximo do financiamento para a avicultura de corte ficou abaixo do esperado.
? Nós tínhamos pleiteado de R$ 24 mil para R$ 50 mil, e nos foram concedidos R$ 40 mil. Não é o ideal, mas já é um limite que nos atende ? disse o secretário executivo da União Brasileira de Avicultura (UBA), João Tomelin.
Já os suinocultores consideraram importante a ampliação do custeio para as agroindústrias integradas. Segundo eles, a medida aprovada pelo Conselho Monetário ? que eleva o limite de financiamento de R$ 36 mil para R$ 60 mil ? vai movimentar a cadeia, mas dificilmente deve se traduzir em preços melhores ao produtor.
O setor também considerou tímida a linha de financiamento para a retenção de matrizes. Nos cálculos do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o limite de R$ 100 mil por produtor daria para manter, durante um ano, somente 40 matrizes.
? Nós pleiteamos que esse valor fosse proporcional ao tamanho do rebanho ? lembrou Rubens Valentini.
Agora a principal preocupação dos produtores de aves e suínos é com a liberação dos recursos pelos bancos. Eles defendem a flexibilização das garantias para obter o financiamento.
? Precisamos que o governo participe junto com o setor empresarial para que as portas do crédito se abram. Não é só ter a linha, nós precisamos do crédito efetivamente ? argumenta Tomelin.
? Seria importante, na situação dramática que o setor vive, que o governo fizesse cumprir o que está previsto no manual de crédito rural ? acrescenta Valentini.