>>Biofungicida promete ajudar a combater pragas do cacau
A Bahia é o maior produtor da amêndoa que é a matéria-prima do chocolate. Há mais de duas décadas, porém, os produtores lutam para vencer a vassoura-de-bruxa. A praga fez a safra nacional despencar de 400 mil toneladas, para aproximadamente 100 mil toneladas por ano. O país caiu do segundo para o quinto lugar em produção de cacau.
O chefe do serviço de pesquisa da Ceplac, José Marques Pereira, explica que o produto deve ser aplicado quatro vezes ao ano.
– O produto deve ser aplicado na lavoura nos meses de maio, junho, julho e agosto. Quatro vezes no ano é o suficiente. O biofungicida Tricovab custa em torno de R$ 5 kg e cada vez que é feita a aplicação, são necessários dois quilos de produto por hectare – diz.
O pesquisador da Ceplac, Uílson Lopes diz que o principal desafio é fazer com o que o produtor acredite no produto e invista na lavoura.
– Sou otimista e penso que estamos vencendo a cada dia. Estamos conseguindo chegar aos níveis de produtividade antes atingidos. Nosso principal desafio é fazer com que o produtor queira investir e que isso possa ser economicamente viável com o cultivo de cacau. A vassoura-de-bruxa não vai acabar na região, mas nossa missão é controlar para não ocorrer mais problemas como este – ressalta.
O Tricovab será vendido com preço subsidiado e precisa ser conservado sob refrigeração. Ele é diluído em água e pulverizado nos galhos secos com vassoura-de-bruxa que foram retirados do pé e deixados no solo. Além de produtos como o biofungicida Tricovab, uma das maneiras de diminuir as perdas é a clonagem de pés geneticamente mais resistentes ao fungo. No Estado, 150 mil hectares de plantação têm pés clonados, com bons resultados.