Com o mercado aquecido produtores de algodão do oeste da Bahia aumentam em 25% a área dedicada a esta cultura. É a segunda região que mais produz algodão no Brasil, atrás apenas de Mato Grosso. Do Estado, saem mais de 400 mil toneladas do produto, distribuídas no mercado interno e no Exterior. A expectativa dos agricultores é tornar este volume ainda maior.
Toda esta área está sendo preparada para o plantio do algodão. Cerca de 85% dos produtores do oeste da Bahia vão ampliar a área dedicada a esta cultura. Outros novos trinta produtores devem entrar no negócio. Atualmente, o algodão ocupa 260 mil hectares. Este número deve passar para 325 mil.
Os produtores estão motivados, e as máquinas não param. O produtor rural João Carlos Jacobsen é um dos pioneiros do cultivo de algodão no oeste da Bahia, tendo começado com 50 hectares. No ano passado, plantou 4,8 mil, e, para o ano que vem, a área vai ser 27% maior, chegando a 6,1 mil hectares. O momento vivido pelo setor é resumido por ele em uma palavra:
? É euforia. A euforia pela qualidade do algodão que nos produzimos. Pelo potencial de termos uma excelente rentabilidade. O produtor esta ansioso por ter uma safra cheia com uma comercialização justa para poder repor seu caixa que há algum tempo já vem defasado em conseqüência de colheitas não muito boas e outros fatores que nos temos enfrentado ? diz Jacobsen.
Pedro Brugnera é outro produtor entusiasmado. Ele aumentou em 330 hectares a área com algodão. Toda a safra já foi negociada. Pedro espera que o a situação atual não mude tão cedo.
? Em função dos estoques baixos e a crescente demanda pelo algodão o consumo mundial está em crescimento. A gente estima que pelo menos nas próximas duas safras o algodão vai estar valorizado ? avalia Brugnera.
Terras que antes dividiam espaço com a soja, por exemplo, devem ser tomadas pelo algodão. Ao todo, 160 produtores vão apostar na fibra. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, alerta: não há espaço para agricultores inexperientes.
? O que nós estamos vendo mais é uma retomada de alguns produtores que saíram nos últimos anos e que estão voltando, ou seja, têm conhecimento e alguma estrutura para estar no algodão e um crescimento dentro daqueles que já estavam na atividade. Então, eu acho que ainda a gente não tem muitos agricultores aventureiros ? analisa Cunha.
Com o mercado aquecido, no oeste da Bahia o algodão é o investimento da vez.
? Tem potencial para crescer. A gente depende muito de custeio e de investimentos para poder estar aumentando. Isso vai ser uma particularidade de cada um. Mas, no geral, eu acredito que tenha potencial e vai haver esse crescimento ? conclui a presidente da Associação Baiana de Algodão, Izabel Cunha.