A helicoverpa ataca a flor da soja e a maçã no caso do algodão. Se não for combatida nos seis primeiros dias depois de nascida, ganha grande potencial de resistência e dificulta o combate. Como a demanda por defensivos aumentou durante a safra, os produtores também tiveram problemas em encontrar os produtos no mercado regional, o que causou atraso nas aplicações e aumentou os prejuízos.
O custo por hectare para alguns produtores chegou a aumentar mais de 350 dólares, enquanto a redução na produtividade foi de duas a seis sacas por hectare. A praga já está em pelo menos quatro Estados brasileiros, mas a região do oeste baiano é a mais afetada. Os prejuízos já somam mais de R$ 1,5 bilhão. A saída encontrada pelos produtores foi a importação de uma molécula, o benzoato de emamectina, que já é utilizada em países como a Austrália, Japão e Estados Unidos no controle da helicoverpa. O uso no Brasil, porém, é restrito.
Com as restrições ao uso do benzoato de emamectina, os produtores baianos decidiram nesta semana que não fariam a aplicação como forma de protesto, já que não teriam tempo para se adequar às indicações feitas pela Anvisa.
Para o engenheiro agrônomo Adriano Lupinacci, enquanto não houver a liberação, o controle da lagarta pode ser feito com algumas armas que o produtor já dispõe em campo, através do controle biológico, defensivos e rotação de culturas.
Além dos prejuízos, os produtores também estão preocupados com o produto que foi importado e que está parado nas empresas e cooperativas.
Nesta sexta, dia 31, o principal assunto nas palestras da Bahia Farm Show será a lagarta, reunindo especialistas de várias regiões do país, que estão em busca de soluções que não prejudiquem a próxima safra.